O REI DESCONHECIDO
 
 
Pelas músicas próprias, pelos arranjos das casas e das lojas, assim como o enfeite das praças e ruas, sabemos por um envolvimento festivo, que é chegado ou está próximo o natal. Nada contra o embelezamento da cidade, das casas e das lojas, entretanto, surge uma figura vestida de vermelho que nos remete à riqueza, à fartura e a prosperidade, naturalmente, que queremos falar do arquetípico Papai Noel. Arquetípico sim, pois ele já é uma figura psíquica nas crianças. Que pena!  Agora, pasmem todos vocês, ele também se transformou em arquétipo nos adultos. Eu não sei, se isso é bom ou mau. O fato é que, eles assim pensando, induzem as crianças ao mesmo erro, transformando-as em pequenos consumistas a serviço daquilo que nem conhecem, estamos querendo falar do temível e insaciável capital.
Eu e os demais da minha geração, por uma questão de educação diferenciada, somos frontalmente contra esse esbanjamento. Pois essa data, para nós tem um significado totalmente espiritual. Aqui, eu quero lembrar que o homenageado é sempre esquecido todos os anos e, no lugar dele, é recebido com festas e simplesmente adorado por todos uma figura que nos remete ao consumo. É lógico que estamos falando do pançudo e consumista conhecido como Papai Noel. Essa geração, totalmente virtual ou digital, pois já nascem conectadas com a Internet, não conhecem e jamais esperam o verdadeiro homenageado, que pobremente nasceu numa estrebaria, rodeado por animais, assistido apenas pelos pais e pelos anjos. É lógico que estamos falando do rei do reis. Mesmo nascido rei, dá ao mundo, uma demonstração de humildade. Eis aí a grande razão do natal e a razão das nossas vidas.
Jesus veio ao mundo pobre, pois nada tinha ou possuía. Na verdade, não tinha aonde repousar a santa cabeça. Dizem os evangelhos que vestia uma única e surrada túnica, e o foco das suas pregações sempre foram os abandonados, pobres, injustiçados, doentes e desesperados. O que vemos hoje? Parece que esqueceram o que Jesus pregou com tanta sabedoria. Não se pratica a humildade, muito pelo contrário, erigiram ricos templos e poderes duvidosos em seu santo nome. Abandonaram os pobres e fizeram alianças com os ricos e os poderosos. Todos aqueles que falam em seu nome, na verdade, mentem para um povo mal informado, e dele, ainda lhes tira o pouco que tem.
Hoje, os seus ditos representantes se vestem pomposamente, moram em palácios ricamente ornamentados e viajam preferencialmente de avião. São vistos bem vestidos ou ornamentados para impressionar o povo cativo, em horários nobres da televisão. Falam muito em caridade e fraternidade, mas esbanjam muita riqueza e ostentação. Jesus andava a pé e se vestia pobremente, vivia do óbolo dos seus simpatizantes, nada exigia para si, sempre se colocava ao lado do oprimido ou do pobre. Jesus abominava o poder e sentia que o povo era oprimido por uma poder eclesiástico, que muito falava em nome do Senhor, brandindo a ira desse mesmo Deus que exigia sacrifícios.
Hoje, a situação é muito semelhante, pois os fiéis se tornaram ovelhas submissas, e de Jesus pouco sabem ou emulam. Esse povo cativo acabou se tornando refém ou fonte de renda, para a manutenção do poder eclesiástico. Pelo que podemos notar o poder religioso judaico do tempo de Jesus, está sendo bem imitado pelo poder eclesiástico atual emanado do Vaticano. (Vestes, altares, templos hipocrisia, riquezas, arrogância e até assassinatos)
Apesar do poder eclesiástico instalado no mundo, ser praticamente indestrutível, eu ainda acredito que, para o futuro, essa igreja ou religião será devolvida a Jesus.