Natal
NATAL
Sempre me fascinaram as diferenças e as harmonias entre o transcendente e o natural, o divino e o humano, que cercaram o nascimento de Jesus. E, tratando-se do Filho de Deus, não poderia ser diferente. De um lado a forma sobrenatural do anúncio a Maria, feito por um anjo; a sua concepção através de uma virgem; a aparição de um anjo do Senhor aos pastores que estavam no campo; a grande milícia celestial louvando a Deus e dizendo “Glória a Deus nas maiores alturas e paz na terra entre os homens de boa vontade”; o verbo que estava no princípio da criação e que se fez carne e habitou entre nós; a estrela que guiou os magos do oriente, aspectos esses, essencialmente, sobrenaturais, transcendentais, e, de outra parte, o fato do Cristo ter nascido de mulher, de forma tão natural e humana como qualquer um de nós. Poderia ter Cristo vindo de forma diferente?
Mas me fascina também o fato de que os acontecimentos transcendentes não se circunscreveram apenas à aquela época. Hoje a comemoração do natal ainda se reveste, a meu ver, de sobrenaturalidade, de transcendência. Há um clima de paz e harmonia. Há uma atmosfera de espiritualidade que alcança até mesmo os corações mais indiferentes. Isso em quase todo o mundo e está representada pelas luzes, pelas árvores de natal, pelos presépios. A terra se torna diferente nessa época. Nem mesmo as distorções geradas por um natal de consumo, de festas, conseguem ofuscar o brilho transcendente e sobrenatural que cerca a comemoração do Natal do Cristo.
Mais transcendente ainda a convicção de que aquela criança seria a restauradora da relação entre o homem e Deus; que representaria a vitória sobre a morte e a libertação dos pecados de quantos o aceitarem como Salvador e Senhor. E mais ainda, que em Cristo, pela fé, somos feitos também, como Ele, filhos de Deus e co-herdeiros do seu reino. Pode haver algo mais sobrenatural e transcendente hoje?
Paulo Salles