No hospital

O médico, de óculos redondos e cabelos penteados para trás com gel, além de seu jaleco branco, carregava uma prancheta com o histórico do paciente. Entrou no quarto e dirigiu-se à enfermeira, que monitorava os aparelhos:

_Batimentos cardíacos?

_Instabilizados entre 70 e 150 por minuto

_Pressão sanguínea?

_Perigosamente altíssima

_Quais os outros sintomas?

_Loucura plena, perda de todos os sentidos e uma febre acima de 40º C.

_Há quanto tempo o paciente encontra-se assim?

_Ah, doutor, desde a última vez que escreveu algo em seu caderno. Logo após entrou em coma.

_Escreveu sobre algo indesejado?

_Pelo contrário, uma coisa cheia de palavras estranhas. Ele sempre ficou assim, desde que conheceu as rimas.

_Não entendo, pesquisarei mais sobre isso

_Como não, doutor? - a enfermeira estava esboçando um sorrisinho - O paciente sofre de poesia, um caso de poesia aguda crônica.

Susanah (Açucena)
Enviado por Susanah (Açucena) em 11/12/2011
Código do texto: T3383671
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