UMA CADEIRA- UM VIOLÃO – UM CANTOR- LÁGRIMAS E POESIA - UM MOMENTO INESQUECÍVEL!

O PRANTO, E O ENCANTO DO CANTO

As andorinhas quando migram em grupos, elas vão em busca da sua clave de sol para encontrarem o verão. Os pássaros quando soltam os seus acordes melódicos, o fazem de dentro das suas almas, o que de fato vem da própria natureza. Por isso, os seus cantos maviosos e múltiplos, encantam! Enchem a natureza de muitos encantos.

Quando o poeta cantor disse:” Uma lágrima e um violão/Uma lágrima e nada mais/Mas você não esquecerá .....” E ele disse a verdade. Nunca mais me esquecerei daquela manhã maravilhosa e chuvosa em que fui acordado pelo professor Jacinto, convidando-me A ir ao Sarau na Escola Ávila.Preguiçosamente, mas,apressadamente,me arrumei e rumei para a escola rapidamente, descendo e subindo as ruas molhadas pela chuva. Ruas que fazem parte da minha rotina no meu trajeto diário de idas e vindas da Escola àvila. Em chegando lá, percebi que estavam presentes de um lado, jovens talentos lapidando os seus dons; Do outro lado, a poetisa, cantora, escritora, professora e maestrina Miriam; Do outro lado, uma platéia de poucos alunos e muitos professores da Escola; No comando, o professor Jacinto.

No sarau eu tive um presente divino! No palco improvisado, um cantor, uma cadeira, um violão de cinco cordas, acordes vindos do coração e lágrimas escorrendo pelo rosto brotadas da alma do artista, enquanto o soluço da emoção trouxe à flora a voz que encantou e cantou com a alma ,transformando os versos em melodia e, as lágrimas, em marcas verdadeiras daquele momento belo e especial.

Tornou-me difícil narrar e nominar o cantor, com o seu violão de cinco cordas, com os mais belos adjetivos, para compor tudo em versos e prosa. Chorei calado! Talvez por ter chorado calado naquele momento, acabei por engolir as lágrimas e com elas os prováveis versos para escrever sobre o momento tão ímpar na minha vida! Mas o cantor poeta deixou no HD da minha memória, a imagem dos dedos se movimentando fazendo vibrar as cinco cordas do violão, tirando os acordes, a voz embargada, as lágrimas e a plateia silenciosa! Deduzi que a poesia foi escrita naquele momento! Em imagens e sons, diante de uma plateia silenciosa! Aquele momento foi o próprio momento onde o artista que antes mesmo dos acordes, colocou a alma como o prefácio, para depois entoar o canto que veio dela: A alma. O canto que veio da alma e que encantou a plateia. E as lágrimas só imitaram as gotas de chuva que caiam lá fora, dizendo tudo naquela manhã chuvosa e maravilhosa na Escola Ávila, em seu belo Sarau.

Eu classifico o choro em três tipo: O choro que vem da alma; O choro que vem do corpo; O choro que vem do momento. O choro que vem da alma é aquele dos momentos especiais. Por exemplo: Quando nascemos, é com o choro que nós damos o nosso grito ao mundo de: Chegueiiiii! O choro que vem do corpo, é aquele que usamos para os momentos de dor, tristeza e alegria; O choro que vem do momento é aquele que pede o choro da alma ou o choro do corpo.

Encerro apenasmente dizendo: Que fantástico professor Paulo! Que lágrimas maravilhosas! Que momento lúdico!Que momento especial!

EPÍLOGO(pelo professor Jacinto)

Olá Kameral. Suas palavras deram maior significado ao ocorrido naquele 3ª feira de chuva, 09 de dezembro. Poucas pessoas, mas pessoas bem certas para aquele momento. Alguns textos, uma flauta transversal, uma linda voz cantando em japonês, lágrimas de Paulo Rio, jovens, violão e vozes, e o grande espírito da nossa amiga Miriam Warttush e do nosso jovem Oliver. Um momento bem recebido pelos professores e equipe gestora. Dividimos o andor e carregamos o santo. Penso que a porta foi aberta. Resta força e coragem para continuar. Seguiremos, certo que não nos faltará a boa vontade para fazer a coisa certa e justa.

Venceremos sempre!

Se lutarmos com muito amor

Dando o melhor da gente

Sem medo e nem temor!

É o que há