O crente fantasma

Logo após o Natal, eu fui convidado a participar de um culto religioso, que ocorreria exatamente na virada no ano, no Reveillon.

Entusiasmado com a idéia cheguei bem adiantado na igreja e, enquanto esperava o início do culto, comecei a ler algumas passagens da Bíblia, mais especificamente nos Evangelhos do Novo Testamento.

No meio de tantas narrativas interessantes, eu li uma que chamou minha atenção e me fez meditar. Nela está escrito que os discípulos, ao verem o Senhor Jesus andando sobre as águas do mar da Galiléia, ficaram aterrorizados e exclamaram: é um fantasma! E, tomados de medo, gritaram (Mateus 14:26).

Para a maioria das pessoas ver um fantasma, certamente, não é algo nada corriqueiro, nem muito menos pode ser considerado como agradável.

Quando os discípulos gritaram, eles estavam demonstrando todo o temor e desconforto que se pode ter com a visão de um fantasma. Mas, o que mais me surpreende é que, nos dias de hoje, muitas igrejas estão repletas de fantasmas e praticamente ninguém parece estar incomodado com isso. Na verdade, na maioria das igrejas que conheço, elas têm sido freqüentadas apenas por fantasmas; e nada mais que isso.

Talvez, nesse momento, você esteja pensando que quando digo que as igrejas estão cheias de fantasmas, eu esteja tratando de seres sobrenaturais, espíritos, encostos, almas penadas, anjos caídos, demônios ou outros entes espirituais. Não se trata disso, pois eu estou me referindo às pessoas, de carne e osso, que por diversos motivos se comportam como fantasmas. Vou tentar ser mais claro, para isso vou relembrá-lo sobre um personagem muito freqüente no serviço público.

Como todos nós sabemos, no serviço público existem os “funcionários fantasmas”, ou seja, aquelas pessoas que não comparecem para prestar nenhum tipo de serviço no seu departamento ou setor de trabalho. O único vínculo que essas pessoas possuem com as instituições nas quais estão lotados trata-se do salário que recebem. Os “funcionários fantasmas” não se importam com nada mais a não ser com o salário que recebem.

Da mesma forma tem ocorrido nas igrejas, onde existe um grande número de fantasmas que só aparecem nos finais de semana, nos feriados (Semana Santa, Páscoa, Natal etc.) ou em datas especiais (casamentos, batizados, santa ceia, consagrações etc.).

Essas pessoas só querem as benesses e dádivas divinas. Elas se esquecem que a Igreja é um "Corpo" e que cada indivíduo é um “membro” desse “Corpo”. Todas as partes de um corpo devem estar juntas, em sincronia, para que funcionem adequadamente.

Da mesma forma que é ilegal e imoral que uma pessoa no serviço público se comporte como um “funcionário fantasma”, na Igreja do Senhor cada um deve cumprir o seu papel, exercendo suas funções e participando de forma presencial.

E, vale mencionar também que, além do fantasma, na Igreja existe outro tipo de pessoa bastante comum. Trata-se daquele que gosta de ficar apontando o dedo, fazendo acusações e condenando os outros. Para tais pessoas, eu relembro que até os apóstolos se enganaram, apresentando uma opinião equivocada acerca do Senhor Jesus quando caminhava sobre as águas do mar da Galiléia, pois eles pensaram que se tratava de um fantasma.

Para ser plenamente digno das bênçãos de Deus, cada um de nós precisa estar disposto a renunciar em prol de todo o “Corpo”.

Viver a vida em Cristo implica em estar comprometido com outras pessoas e com Sua Igreja, dedicando-se diariamente como um trabalhador fiel e compromissado com sua nobre missão!!!

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Publicado no Jornal Atitude, edição n. 05, p. 03, de 19/01/2007. Gurupi – Estado do Tocantins. Disponível em: http://www.atitudetocantins.com.br

Publicado no Jornal Mesa de Bar News, edição n. 294, p. 07, de 23/01/2009. Gurupi – Estado do Tocantins.

Publicado no Jornal Pararijos, edição n. 06, p. 03, de 18/02/2010. Breves – Estado do Pará.

Giovanni Salera Júnior

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Giovanni Salera Júnior
Enviado por Giovanni Salera Júnior em 06/01/2007
Reeditado em 23/10/2016
Código do texto: T338270
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