Desafio, leiam!!!!

Todo mundo nessa época do ano tenta se converter um pouco mais em uma espécie de atmosfera filantrópica, fraternal, talvez construída por algo parecido a um balanço que se faz todo final de ano ou mesmo pelo Natal.

Apesar de radicalmente adepto à leitura impressa, também navego diariamente pela internet e uma mensagem me chamou a atenção. Um vídeo propagava a importância da leitura, convidando as pessoas a divulgá-lo. Excelente iniciativa, posto que em um mundo competitivo e globalizado, a obtenção e reflexão sobre a informação é crucial ao desenvolvimento humano.

Se você está lendo essa crônica até aqui é por que é dos meus e possui afinidade com as letras, gosta tanto da leitura que suporta até um cronista chato como o que vos fala. Já passou da hora da gente achar que é a última HILUX da garagem por que lê diariamente e começarmos verdadeiramente a difundir o gosto pelo roçar de páginas de uma boa revista, de um jornal ou de um livro.

Muitas das vezes nós mesmos não percebemos a influência que despertamos no colega de trabalho, no filho, no vizinho ou no amigo de infância. E porque não citarmos hora ou outra um trecho que nos atraiu em um livro ou uma reportagem polêmica de um jornal? É pecado capital que nos transformará em um idiota pedante, pretensioso deixar um pedacinho de papel com versos maravilhosos sobre a mesa do colega de trabalho? Conheço um jovem vidrado em leitura que já me confidenciou a vergonha que sente de ler em público, temendo ser chamado de CDF ou caxias.

A questão é nossa cultura, historicamente amparada pela oralidade. Livro, jornal e revista, no nosso inconsciente, é coisa pra intelectual velho, barbudo e com mau hálito (embora tal concepção aos poucos esteja mudando), quando, na verdade, é artefato necessário, quase um pedaço do corpo na maioria dos países europeus cujos índices de desenvolvimento humano são extremamente positivos. Temos, os leitores, o triste hábito de reclamarmos que ninguém lê, que as pessoas preferem a TV e tal, mas quase não mostramos a elas, muitas vezes queridas a nós, os prazeres que um autor, revista ou jornal preferidos podem nos proporcionar.

Peçam ao Guga para falar sobre tênis ou ao Padre para falar sobre religião. Sabem por que nos despertam a atenção? Porque são apaixonados por aquilo que fazem. Incentivo à leitura não é tarefa exclusiva de professores de português. Propague aquilo que ama, leitor. Divulgue a leitura.

Giu Santos
Enviado por Giu Santos em 10/12/2011
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