O QUE EU QUERIA NESSE NATAL

Nesse Natal eu queria vários presentes. O primeiro deles era poder voltar a andar tranquilamente pelas ruas. Lembro de quando eu era criança, a gente passeava na pracinha sem medo. Era divertimento olhar as vitrines das lojas chiques. Na Casa Cristino havia uma imagem de Nossa Senhora de Fátima enorme, da altura de homem de estatura média, esculpida em madeira pelo próprio dono do estabelecimento que era um artista. Naquela época eu não entendia nada de arte, mas já sabia apreciar o belo. A Casa Marque Jacob deixava a amostra os colares e brincos de ouro sem nenhum risco de alguém tentar apropriar – se. Eram outros tempos.

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Eu também queria nesse natal o presente de poder voltar aos velhos tempos e poder comer muitos doces sem ter problemas de consciência. Como era bom comer aquele algodão doce colorido. Róseo, azul, amarelo. Todos tinham o mesmo sabor, açúcar e nada mais. Variar a cor era divertido. E jujuba? Aquelas gominhas de cores variadas. Eu adoro. Lembrei ainda daqueles pirulitos que vinham numa tábua toda furadinha. Gente! Vocês se lembram da puxa? Grudava nos dentes, no céu da boca. Hoje até as crianças começavam a fazer regime alimentar desde cedo e quando a gente chega certa idade para se prevenir de certos males como colesterol e diabetes, açúcar jamais.

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Acreditar. Esse era um presente de natal que eu queria ganhar esse ano. Crença. Em certa época de minha vida eu acreditava piamente em tudo que me diziam. E quase todo mundo mesmo só falava a verdade. Ninguém mentia, ninguém enganava os outros. Um homem de bigode, de paletó, era homem de palavra. Eu queria poder acreditar que o número de analfabetos diminuiu que exite escolas para todos, que as verbas são empregadas honestamente, que as promessas serão cumpridas.

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Liberdade de ir e vir, adoçar a vida embora com guloseimas, por que não? Esperança de homens éticos e sérios. Três grandes presentes de natal. Pedir não faz mal a ninguém. Se Papai Noel vai atender esses pedidos é uma outra questão.

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Nesse natal eu queria também o presente de nunca me corromper. De não querer as coisas fáceis demais. De nunca ficar acomodado esperando tudo cair do céu. Eu queria a sabedoria de saber discernir o bem do mal. Eu queria o presente de estar sempre disponível para levar o bem, a paz, o amor àquelas pessoas que não conhecem os bons sentimentos.

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Natal é tempo de doação e tempo de recepção. Todo homem tem sempre alguma coisa para dar, embora seja o seu sorriso, ou o seu ombro amigo. Todo mundo precisa receber do outro alguma coisa que nem sempre o dinheiro compra.

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Vamos refletir sobre isso.

Boas Festas!!

Maria Dilma Ponte de Brito
Enviado por Maria Dilma Ponte de Brito em 10/12/2011
Reeditado em 18/04/2020
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