Mensagens Positivas
Tenho insistido em escrever crônicas, e nem eu sei por que. Afinal, sou muito pouco lido. Será que escrevo pessimamente, ou os assuntos são desinteressantes? Ou o título é pouco chamativo? Ou sou eu o causador de tanta decepção, o nome é antipático, a foto é feia?
Bem, o fato é que poucas pessoas lêem as minhas crônicas. Mas quem lê deixa mensagens positivas, “crônica deliciosa...”, “ótimo texto...”, etc...
Mas eu insisto, já quase desistindo. Meu último texto, achei, era uma crônica perfeita. Consegui misturar a execução de Saddam, com a posse de Lula e com Napoleão Bonaparte. Achei bom. Mas a resposta em leituras foi muito pequena. Teria mudado de título para tentar reverter o quadro de baixo mercado, mas como já havia feito essa experiência antes sem sucesso desisti. E deixei por conta do destino, que me foi impiedoso como sempre.
Fico me perguntando: qual o segredo do sucesso? Como fazer para atrair leituras? De repente, um escândalo, uma briga, uma disputa que chame a atenção. Não, eu seria incapaz de forjar um artifício desses.
Anunciar no mural? Não, isso não funciona. Pois o ambiente não carece de autores, carece de leitores. A disputa é renhida, a concorrência é forte, e nessa disputa, ou o nome funciona ou um título sensacional, tipo manchete de jornal.
Lembro que, uma vez, eu estava num ônibus, e li, quando paramos no ponto, a manchete do jornal. Estava escrito em letras garrafais: “Vampiros atacam na Praça da Bandeira”. Meus Deus, não é possível. Assim que desci do ônibus comprei o jornal, e, decepcionado, li nas páginas internas, a notícia de que um banco de sangue estava explorando os doadores, comprando sangue barato. É claro que nunca mais comprei aquele jornal. Logo enganar o leitor não é boa estratégia de mercado.
Enfim, depois de muito pensar, concluo que o melhor é ser sincero. Não há marketing no mundo capaz de superar um texto sincero. Alguém lerá, um só leitor já é recompensa, alguém entenderá.
Penso, dentro dessa linha de sinceridade, em dar o título ‘a esta crônica sobre as minhas desventuras literárias de “Leia-me, eu dou a vida por um beijo seu...” Mas não vou fazê-lo, não é um bom título. Você, que porventura chegou até aqui, saiba que é sincero. Mas o título mesmo deverá ser... Aí, meu Deus, que título vai ser?