BARGANHA
No Aulete, pode-se ler: Barganha - substantivo feminino (pop)- troca, permuta/ transação cavilosa.
A primeira definição, benígna, remonta ao melhor sistema político-social da história da humanidade; o escambo. Boa época, em que cada um precisava produzir algo para poder trocá-lo por outro bem, sem necessidade do jugo escravizante da moeda!
A segunda definição, uma distorção vergonhosa da primeira, hoje é, praticamente, a única utilizada pela imensa maioria dos homens.
Algumas há que, ás vezes, tem até uma justificativa meio esdrúxula, mas vá lá!
Temos, por exemplo, a barganha na justiça, ou na polícia, entre promotores e advogados de defesa, onde estes, quando se veem perdidos, trocam informações valiosas para aqueles, à troco de redução das penas...e isso é prática universal, como se depreende das populares séries policiais que vemos na telinha.
Afora isso, sobram ai as " barganhazinhas" do dia-a-dia, inócuas, mas que, socialmente, servem para ajustar as coisas.
Há, também, a praticada no comércio internacional, quando cada país necessita de um tipo de produto capaz de equilibrar a balança, com a simples sugestão de não fornecer ou não comprar.
Mas, como transação cavilosa, nada há de mais torpe, nojento e maléfico do que a barganha política! Joga-se nessas operações, não o que alguém produziu, mas, sim, com o destino da pátria, com a vida de irmãos, com o bem estar da Nação.
Troca-se tudo, no mau sentido, neste país! A barganha desenfreada transformou em pejorativa uma palavra que era tão bonita em sua expressão maior, aviltou-a, transmudou sua face num sombrio espectro assustador.
O noticiário, diariamente, cita dezenas desses vergonhosos episódios, embora sempre desmentidos e cobertos por uma ridícula máscara de fingida honestidade. O "não há provas concludentes" talvez seja a expressão mais comum nestes dias, embora o cidadão em foco ter sido filmado, a vivo e em cores, enfiando na cueca ou na meia um monte de dólares
Até homens públicos em quem se confiava, acabaram dando com os burros n'água, para total e estupefata decepção dos seus eleitores.
Só para exemplificar, pois uma análise mais profunda iria demandar anos, temos o caso do Ministro Lupi, o nariz de batata, pose de ditador arruinado, machão, indignado com as "calúnias" que lhe estavam impondo, afronta a Presidente e depois lhe faz uma declaração de amor digna do clássico de Shakspeare, não antes de, qual mosqueteiro desempregado, bradar que "só saio à bala". Saiu, e, realmente, à bala! Só que era de caramelo!
Vamos aguardar um pouquinho e logo o veremos por ai, sentado numa bela poltrona de uma sinecura qualquer. Pelo que se noticia, seu partido já estaria até barganhando postos na próxima eleição!
Outro exemplo? Está hoje no noticiário que uma área na Amazônia, às margens de rios, de extensão igual a dois Estados de S.Paulo, teria sido retirada do alcance do Código Florestal, estando, dessa forma, liberado o seu desmatamento! Por que? Qual o argumento usado para "explicar" esse verdadeiro absurdo?
Há, sim, e se chama Barganha. Alguém (ou muitos) trocou um Relatório providencialmente favorável por um monte de metal sonante, mas, realmente, ninguém vai entender como a mais forte recomendação ambientalista que é proteger, de qualquer forma, a vegetação ciliar, como única maneira de evitar a erosão e o consequente assoreamento dos rios, com lamentáveis irreparáveis prejuízos para flora e fauna, foi, simplesmente, ignorada.
Após 82 anos de existência, eleitor assíduo por convicção, já errei tantas vezes, tantas vezes me decepcionei com gente na qual depositava inteira confiança, de quem esperava um governo sério, honesto, incorruptível e incorruptor, capaz de diminuir as diferenças sociais, de cuidar da educação e da saúde do povo, enfim, de conduzir o Brasil a outro plano no cenário mundial, já errei tanto, como dizia, que, pela vez primeira, vou anular meu voto, com a plena consciência de que estarei fazendo o melhor pelo meu país. Não me venham dizer que "é, mas tem muita gente boa por aí". Se tem mesmo é tão pouca que terá como destino o puro esmagamento político...vão ser reduzidos a "mosca do cocô do cavalo do bandido".
O que vai acontecer? Não sei. Mas estou convencido de que, pior, não poderá ficar.
No Aulete, pode-se ler: Barganha - substantivo feminino (pop)- troca, permuta/ transação cavilosa.
A primeira definição, benígna, remonta ao melhor sistema político-social da história da humanidade; o escambo. Boa época, em que cada um precisava produzir algo para poder trocá-lo por outro bem, sem necessidade do jugo escravizante da moeda!
A segunda definição, uma distorção vergonhosa da primeira, hoje é, praticamente, a única utilizada pela imensa maioria dos homens.
Algumas há que, ás vezes, tem até uma justificativa meio esdrúxula, mas vá lá!
Temos, por exemplo, a barganha na justiça, ou na polícia, entre promotores e advogados de defesa, onde estes, quando se veem perdidos, trocam informações valiosas para aqueles, à troco de redução das penas...e isso é prática universal, como se depreende das populares séries policiais que vemos na telinha.
Afora isso, sobram ai as " barganhazinhas" do dia-a-dia, inócuas, mas que, socialmente, servem para ajustar as coisas.
Há, também, a praticada no comércio internacional, quando cada país necessita de um tipo de produto capaz de equilibrar a balança, com a simples sugestão de não fornecer ou não comprar.
Mas, como transação cavilosa, nada há de mais torpe, nojento e maléfico do que a barganha política! Joga-se nessas operações, não o que alguém produziu, mas, sim, com o destino da pátria, com a vida de irmãos, com o bem estar da Nação.
Troca-se tudo, no mau sentido, neste país! A barganha desenfreada transformou em pejorativa uma palavra que era tão bonita em sua expressão maior, aviltou-a, transmudou sua face num sombrio espectro assustador.
O noticiário, diariamente, cita dezenas desses vergonhosos episódios, embora sempre desmentidos e cobertos por uma ridícula máscara de fingida honestidade. O "não há provas concludentes" talvez seja a expressão mais comum nestes dias, embora o cidadão em foco ter sido filmado, a vivo e em cores, enfiando na cueca ou na meia um monte de dólares
Até homens públicos em quem se confiava, acabaram dando com os burros n'água, para total e estupefata decepção dos seus eleitores.
Só para exemplificar, pois uma análise mais profunda iria demandar anos, temos o caso do Ministro Lupi, o nariz de batata, pose de ditador arruinado, machão, indignado com as "calúnias" que lhe estavam impondo, afronta a Presidente e depois lhe faz uma declaração de amor digna do clássico de Shakspeare, não antes de, qual mosqueteiro desempregado, bradar que "só saio à bala". Saiu, e, realmente, à bala! Só que era de caramelo!
Vamos aguardar um pouquinho e logo o veremos por ai, sentado numa bela poltrona de uma sinecura qualquer. Pelo que se noticia, seu partido já estaria até barganhando postos na próxima eleição!
Outro exemplo? Está hoje no noticiário que uma área na Amazônia, às margens de rios, de extensão igual a dois Estados de S.Paulo, teria sido retirada do alcance do Código Florestal, estando, dessa forma, liberado o seu desmatamento! Por que? Qual o argumento usado para "explicar" esse verdadeiro absurdo?
Há, sim, e se chama Barganha. Alguém (ou muitos) trocou um Relatório providencialmente favorável por um monte de metal sonante, mas, realmente, ninguém vai entender como a mais forte recomendação ambientalista que é proteger, de qualquer forma, a vegetação ciliar, como única maneira de evitar a erosão e o consequente assoreamento dos rios, com lamentáveis irreparáveis prejuízos para flora e fauna, foi, simplesmente, ignorada.
Após 82 anos de existência, eleitor assíduo por convicção, já errei tantas vezes, tantas vezes me decepcionei com gente na qual depositava inteira confiança, de quem esperava um governo sério, honesto, incorruptível e incorruptor, capaz de diminuir as diferenças sociais, de cuidar da educação e da saúde do povo, enfim, de conduzir o Brasil a outro plano no cenário mundial, já errei tanto, como dizia, que, pela vez primeira, vou anular meu voto, com a plena consciência de que estarei fazendo o melhor pelo meu país. Não me venham dizer que "é, mas tem muita gente boa por aí". Se tem mesmo é tão pouca que terá como destino o puro esmagamento político...vão ser reduzidos a "mosca do cocô do cavalo do bandido".
O que vai acontecer? Não sei. Mas estou convencido de que, pior, não poderá ficar.