O céu no chão
E o meu lugar é esse
Ao lado seu, meu corpo inteiro
Dou o meu lugar pois o seu lugar
É o meu amor primeiro
O dia e a noite as quatro estações
Que os braços sentem
E os olhos vêem
E os lábios Sejam
Dois rios inteiros
Sem direção
O céu está no chão
O céu não cai do alto
É o claro, é a escuridão
O céu que toca o chão
E o céu que vai no alto
Dois lados deram as mãos
O céu no chão
Gosto desses versos do SKANK, música Dois Rios.
Apesar de achar que poesia não se interpreta, não se entende, se sente...
Eu vejo os versos como o amor visceral, que consome, que tem q ir até o vinho acabar, até o sol se pôr, e voltar para onde nasceu...
O céu que toca o chão, sem direção, os lábios se beijam sem direção, os braços sentem, os olhos vêem, SEM DIREÇÃO...
O amor, apenas!
É assim, furioso ou calmo, errante ou firme num chão cheio de céu, em lábios de papel, eu não sei...
Sei que é preciso ir até um horizonte desconhecido pra voltar p leme e vislumbrar o sol na distância do Japão.
Quando se ama, o sol está nas quatro estações, nas quatro fases do processo amoroso; encantamento, experimento, rompimento, e esquecimento.
Lendo sobre a despedida do amor, da incansável leitura da Martha Medeiros, eu refleti, que é assim mesmo e pronto!
Queremos sentir, queremos experimentar, queremos nos despedir, queremos esquecer...Mas o sol continua nascendo e se pondo, mesmo num céu no chão, sem direção...
Ela fala que existe a fase do não apego a pessoa amada, mas ao sentimento, e depois, pensei, mas tem tambem o abandono do sentimento, mas não da pessoa, é quando a queremos manter por perto como amigo, ou amiga. E pensamos, vale a pena? Se não, se há ainda resquícios, vestígios do que fora deleite, rasga-se por dentro, pois o amor é visceral, ele é sim concreto, de FATO!
No filme como esquecer, a professora Julia fala, o sentimento precisa passar pelo corpo. Nunca me esqueço, pois comigo é assim. Porque o amor é sentimento, mas quando queremos deixa-lo por alguma razão, pois sempre há uma razão, até mesmo se ele nunca existiu numa relação, então, recorremos a razão.
E ela nos diz; AGORA você vem a mim, não é? Não quis me ouvir, só deu ouvidos a emoção, a ânsia de navegar em mares e bosques desconhecidos. A pessoa pode viver dezenas de relacionamentos, mas quando se apaixona, é como a primeira vez...Tudo é um outra vez.
Mônica Ribeiro
05/12/11