Não tenha medo
Estou convencido que o principal problema do ser humano é o medo.
Sofremos desse mal congênito: temos medo de tudo. A visão de uma simples barata me faz entrar em pânico. E se for voadora, sou capaz até de desmaiar.
Quando da minha separação, fui morar sozinho na Tijuca, na rua Uruguai. Houve uma noite de intenso calor e eu na sala, sem camisa, só de calção, lendo angelicalmente um livro. De repente, entra uma barata voadora pela janela e pousa justamente nas minhas costas. Dei um pulo já em pânico e me tranquei no meu quarto. Só de manhã, com muito medo, retornei à sala para ver a barata, que até hoje não achei.
Amigo leitor, amiga leitora, gosto desse momento que me dirijo aos meus amigos. Acho um momento de ternura, de encontro. Pois bem, amigos, talvez faça uma confissão estapafúrdia, inusitada. Mas nós humanos somos assim mesmo.
Vocês vão tomar um susto, pois quero me referir à minha ligação, com todo o respeito, com o Papa João Paulo II. E o título da crônica tem tudo a ver com ele.
Quem já me conhece, através de minhas histórias, sabe que sempre fui muito assustado, medroso, mesmo! Quando este Papa morreu, eu li um livro dele que me impressionou. Neste livro ele mostrava toda a sua grandeza de ser humano. E havia um capítulo com esse título: “ Não tenha medo”. Na época em que li o livro andava com meus medos em alta. E o Papa enumerando todos os tipos de medo. E dizia, não tenha medo disso, não tenha medo daquilo. Só faltou dizer pra não ter medo de baratas. Enfim, nos dava coragem para viver a vida com destemor. O livro me livrou de muitos medos. Só sobrou um, que relatarei no final da crônica e já conto com a intercessão do Papa para me tirar esse medo também.
No dia em que deram um tiro no João Paulo II, na Praça São Pedro em Roma, exatamente naquele minuto, eu me encontrava em um Motel no Joá, no Rio, com minha namorada mineira de Ubá. Estávamos eu e a Nara bem aconchegados na cama, quando resolvo ligar a TV. Foi aquele susto! O Papa sendo conduzido rapidamente para ser socorrido, depois que levou um tiro de um desses malucos que existem no mundo. Minha namorada, muito católica, teve um choque, mas logo recuperou-se, depois dos meus afagos, que um enamorado cético sabe dar . E tudo entre nós voltou à normalidade. O bom sexo não ficou prejudicado.
Não sei por que, mas acho que este Santo Papa quis me dar um aviso, me fazendo ligar a TV praticamente no exato momento em que levava um tiro. Nunca esqueci a data, 13 de maio de 1981.
Queria me mostrar o caminho para um segundo casamento e que aquela moça que estava comigo seria a minha esposa ideal. Ela, sem dúvida, foi uma daquelas que soube me amar. Moça maravilhosa! Convivemos durante 08 anos, mas acabei depois me encantando por uma carioca mais nova e foram mais 08 de anos de um relacionamento bastante tumultuado, um terremoto grau máximo na minha vida.
Fico pensando que naquela tarde do motel, estava de certa forma sendo abençoado pelo Papa, que tanto admiro, e deixei escapar a oportunidade.
Fico sonhando em ter uma nova oportunidade de felicidade. Emprestei o livro do Papa e não me devolveram. Vou comprar outro, imediatamente, para reler o capítulo do “não tenha medo”.
Sabe, amigos, é que estou sonhando com uma espetacular fuga para a felicidade e preciso saber se o Papa falou também pra não ter medo de fugas...
Já até escrevi uma crônica sobre essa fuga... – Hein? Se vou publicar essa crônica? – Claro, esperem mais uns dias, publicarei "a fuga"!
A dúvida é com quem fujo: se com uma carioca, ou se dou uma nova chance a uma mineira, relativamente jovem, para cuidar, com carinho, dos meus velhos medos. Fugindo ou não, dou-me por satisfeito, nesta crônica, em relembrar a figura impressionante do Papa João Paulo II, um ser humano de extraordinária grandeza.
Explicação
O autor esclarece que a presente crônica poderá ser entendida como ficção.
Estou convencido que o principal problema do ser humano é o medo.
Sofremos desse mal congênito: temos medo de tudo. A visão de uma simples barata me faz entrar em pânico. E se for voadora, sou capaz até de desmaiar.
Quando da minha separação, fui morar sozinho na Tijuca, na rua Uruguai. Houve uma noite de intenso calor e eu na sala, sem camisa, só de calção, lendo angelicalmente um livro. De repente, entra uma barata voadora pela janela e pousa justamente nas minhas costas. Dei um pulo já em pânico e me tranquei no meu quarto. Só de manhã, com muito medo, retornei à sala para ver a barata, que até hoje não achei.
Amigo leitor, amiga leitora, gosto desse momento que me dirijo aos meus amigos. Acho um momento de ternura, de encontro. Pois bem, amigos, talvez faça uma confissão estapafúrdia, inusitada. Mas nós humanos somos assim mesmo.
Vocês vão tomar um susto, pois quero me referir à minha ligação, com todo o respeito, com o Papa João Paulo II. E o título da crônica tem tudo a ver com ele.
Quem já me conhece, através de minhas histórias, sabe que sempre fui muito assustado, medroso, mesmo! Quando este Papa morreu, eu li um livro dele que me impressionou. Neste livro ele mostrava toda a sua grandeza de ser humano. E havia um capítulo com esse título: “ Não tenha medo”. Na época em que li o livro andava com meus medos em alta. E o Papa enumerando todos os tipos de medo. E dizia, não tenha medo disso, não tenha medo daquilo. Só faltou dizer pra não ter medo de baratas. Enfim, nos dava coragem para viver a vida com destemor. O livro me livrou de muitos medos. Só sobrou um, que relatarei no final da crônica e já conto com a intercessão do Papa para me tirar esse medo também.
No dia em que deram um tiro no João Paulo II, na Praça São Pedro em Roma, exatamente naquele minuto, eu me encontrava em um Motel no Joá, no Rio, com minha namorada mineira de Ubá. Estávamos eu e a Nara bem aconchegados na cama, quando resolvo ligar a TV. Foi aquele susto! O Papa sendo conduzido rapidamente para ser socorrido, depois que levou um tiro de um desses malucos que existem no mundo. Minha namorada, muito católica, teve um choque, mas logo recuperou-se, depois dos meus afagos, que um enamorado cético sabe dar . E tudo entre nós voltou à normalidade. O bom sexo não ficou prejudicado.
Não sei por que, mas acho que este Santo Papa quis me dar um aviso, me fazendo ligar a TV praticamente no exato momento em que levava um tiro. Nunca esqueci a data, 13 de maio de 1981.
Queria me mostrar o caminho para um segundo casamento e que aquela moça que estava comigo seria a minha esposa ideal. Ela, sem dúvida, foi uma daquelas que soube me amar. Moça maravilhosa! Convivemos durante 08 anos, mas acabei depois me encantando por uma carioca mais nova e foram mais 08 de anos de um relacionamento bastante tumultuado, um terremoto grau máximo na minha vida.
Fico pensando que naquela tarde do motel, estava de certa forma sendo abençoado pelo Papa, que tanto admiro, e deixei escapar a oportunidade.
Fico sonhando em ter uma nova oportunidade de felicidade. Emprestei o livro do Papa e não me devolveram. Vou comprar outro, imediatamente, para reler o capítulo do “não tenha medo”.
Sabe, amigos, é que estou sonhando com uma espetacular fuga para a felicidade e preciso saber se o Papa falou também pra não ter medo de fugas...
Já até escrevi uma crônica sobre essa fuga... – Hein? Se vou publicar essa crônica? – Claro, esperem mais uns dias, publicarei "a fuga"!
A dúvida é com quem fujo: se com uma carioca, ou se dou uma nova chance a uma mineira, relativamente jovem, para cuidar, com carinho, dos meus velhos medos. Fugindo ou não, dou-me por satisfeito, nesta crônica, em relembrar a figura impressionante do Papa João Paulo II, um ser humano de extraordinária grandeza.
Explicação
O autor esclarece que a presente crônica poderá ser entendida como ficção.