Esse Tempo Que Passa
Há tempos que eu não me sentava despreocupadamente para escrever uma crônica. Embora eu não desejasse fazer isso na sala de espera do terminal rodoviário de Campina Grande ás três horas da tarde de um dia quente e seco, típico do verão nordestino. Mas enfim, aqui estou eu, feliz (muito feliz) por ter sobrevivido – com poucas seqüelas – ao meu primeiro ano de faculdade. Me sinto alguns anos mais velha e não sei se isso é bom, pretendo nem perder tempo tentando descobrir se é ou não.
A correria diária, os afazeres cotidianos, a busca pela realização própria consumem nosso tempo absurdamente. E por algumas vezes nos obrigam a falar a intrigante expressão “eu não tenho tempo”. Confesso que me constranjo em fazê-lo. Porém, ficar cerca de dezoito horas semanais dentro de um ônibus, somadas a mais ou menos vinte numa sala de aula e sabe lá quantas horas sentada numa mesa rodeada de livros e alguns telefonemas me levam a crer que o tempo passa mesmo despercebido e me leva junto sem que eu possa nem reivindicar.
Tenho medo de que os dias de minha vida se acabem e que não haja tempo suficiente para que eu faça tudo àquilo que planejei e continuo planejando. Fico atenta para não perder nenhum instante de minha existência, estou consciente de que isso é uma das poucas coisas das quais não há possibilidade de recuperar.
O tempo que passa é irreversível. E às vezes a gente esquece isso. Depois das experiências que 2011 me trouxe eu vou questionar-me todo dia o que é que eu ando fazendo da minha vida. Enquanto ela existe e quando ainda houver tempo e meios para se fazer dela aquilo que realmente valha à pena.