UM DIA COMO OUTRO QUAQUER
Foi um dia como outro qualquer, estava só como
sempre, alheio a tudo e nada fazia sentido. Não sei se
era a velhice, o peso do corpo ou se era o passado que
pesava na alma, só sei que estava cansado de carregar
a velhice e o passado, corpo e alma.
As horas passavam lentas e cada hora era uma
eternidade, o tempo não tinha pressa porque tudo tem
o seu tempo e não era o meu tempo, meu tempo já
havia passado e eu passei por ele, perdi a hora.
O dia não terminava, talvez fosse o ultimo ou
quem sabe o primeiro de tantos outros, sem histórias,
vazio, como vazio eu me sentia. Sabia que estava
vivo, o coração batia acelerado, descompassado, mas
minha alma estava morta, morreu com meus sonhos,
sem esperança. Sou um morto vivo esperando ser
enterrado, sem alma, errante, um verdadeiro zumbi
carregando as feridas abertas do passado.
Até que finalmente amanheceu e veio um novo
dia, um dia com outro qualquer.
Marcus Catão