UM DIA COMO OUTRO QUAQUER

Foi um dia como outro qualquer, estava só como

sempre, alheio a tudo e nada fazia sentido. Não sei se

era a velhice, o peso do corpo ou se era o passado que

pesava na alma, só sei que estava cansado de carregar

a velhice e o passado, corpo e alma.

As horas passavam lentas e cada hora era uma

eternidade, o tempo não tinha pressa porque tudo tem

o seu tempo e não era o meu tempo, meu tempo já

havia passado e eu passei por ele, perdi a hora.

O dia não terminava, talvez fosse o ultimo ou

quem sabe o primeiro de tantos outros, sem histórias,

vazio, como vazio eu me sentia. Sabia que estava

vivo, o coração batia acelerado, descompassado, mas

minha alma estava morta, morreu com meus sonhos,

sem esperança. Sou um morto vivo esperando ser

enterrado, sem alma, errante, um verdadeiro zumbi

carregando as feridas abertas do passado.

Até que finalmente amanheceu e veio um novo

dia, um dia com outro qualquer.

Marcus Catão

Marcus Catão
Enviado por Marcus Catão em 03/12/2011
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