Noite de Natal

O Natal se aproxima. Chega depressa quando dezembro começa. O mundo parece que se transforma de repente, com a euforia dos grandes e a expectativa dos pequenos, sempre sonhando com os presentes e a chegada do Papai Noel. Sem questionar o aparato comercial que criam em torno da idéia, ainda acho que vale a pena esse clima que aquece o coração da gente. Parece que nessa época, o amor cai em gotas no coração dos homens. Os amigos ficam mais amigos, os que amam se lembram com mais profundidade do amor, as crianças parecem que sorriem mais, enquanto se enchem de esperança, constroem sonhos na fantasia louca do mundo dos brinquedos. As famílias buscam um lugar comum onde possam compartilhar pelo menos por uma noite, a união que nem sempre é possível nos outros dias do ano. No Natal é preciso estar junto, trocar abraços, entregar e receber presentes, uma troca simbólica de demonstrar amor. Dura exatamente uma noite. Uma festa que enfeita o mundo de luzes, de mesas fartas, de taças que se enchem de vinho e os corações de alegria. No dia seguinte, o mesmo ritual dos outros anos acontece. Os papéis rasgados pelo chão, os restos da festa sobre a mesa, e o ar de cansaço naqueles que nem viram a noite mágica morrer na madrugada que chega sem avisar...O dia transcorre manhoso, enquanto as crianças gritam lá fora, extasiadas com o presente sonhado. Devagarinho, as malas vão saindo pela porta da rua, e quem veio de longe, dá adeus e vai de encontro à rotina da vida que continua lá fora. Igualzinho ao que acontece todo ano. Cada um segue o seu caminho porque a vida não para. Mas leva na bagagem a ternura dos abraços divididos e do amor compartilhado. Pelo menos, por uma noite...