O julgo
O julgo
Nascemos todos com o direito de escolher o dito certo ou errado. Falo dito, pois fomos educados para fazermos nossos julgamentos calcados em sólidas lições de família. Um dia vamos saber julgar e classificar os atos certos ou errados, tudo muito complexo e difícil, para uns. Outros sabem o que é certo e massacram o erro, como se mata uma barata imunda. Loucura...
Eu vivo pensando em não ter muita certeza de nada, de classificar todas as verdades como uma paixão passageira. Tenho convicção que sou um mutante nas idéias e a minha verdade é falsamente temporal: hoje acho certo e amanhã vou reaver o meu conceito e desfazer a minha verdade, sem pudor! Agora mesmo já estou arrependido de começar a escrever sobre assunto tão sério e delicado. Vou em frente!
Julguei e tenho certeza que você está errado! Pronto, danou-se tudo, tenho que manifestar? Fico calado ou digo o que acho e fodam-se você e teu mundo? Vou engolir esse amargo purgante para manter a nossa amizade ou o nosso negócio? Enfim, sempre é difícil, e pior, vem a rebordosa... A raiva do depois... Devia ter falado, era a hora certa: fui fraco e medroso. Merda! Agora quem está errado sou eu! Frouxo e burro, deixei-me levar pelo medo ou compaixão. Que ódio!!!!
É colega, julgamos tudo e todos para no final sofremos por não entender o mundo e as pessoas, cremos em uma realidade que não existe nunca! E pior, ficamos doentes com os dissabores da nossa consciência errada.
Ser Juiz é difícil e duro. Sofrer pelos teus erros é pior. Então que tal usar da sua capacidade de ser um errante, que tal? Admita que és fraco, creia na tua força instantânea e duvide da tua palavra eterna e totalmente verdadeira, seja um tolo. Temos que nos dar o perdão fácil e tranqüilo. Vamos usar a noite bem dormida para reparar erros das nossas verdades despejadas nos outros. Apagar nossos erros de avaliação como um corno manso bebendo sua dor no botequim da esquina, e rir para não chorar.
Pois é, mais uma vontade de mostrar que nada é definitivo realizando esse desejo no papel. Espero, sinceramente, que você não me julge mal, que não me condene ou tenha raiva de ti, por ler até aqui, por acreditar que esse louco que escreve iria te trazer boas novas ou uma verdade verdadeira nesse imenso mundo de mentiras.
Pense nisso, é o que te peço amigo! A verdade não existe sem a mentira, o certo sem o errado, o preto sem o branco, só um arco-íris de misturas insólitas que pode te salvar: só o poeta dentro de ti é que vê certo. Seja mais criativo, leve, solto, como o vento que derruba as folhas da vida e que apaga tudo. Seja feliz!