Era uma vez
ERA UMA VEZ
Era uma vez um país lindo e de dimensões continentais. Banhado pelo Oceano Atlântico, tinha praias maravilhosas em toda a sua costa. Havia praias para todos os gostos, desde aquelas para práticas de esportes aquáticos mais radicais, até aquelas para deleite das crianças, parecendo lagoas salgadas. Adentrando pelo seu mar territorial encontrava-se uma biodiversidade magnífica e ainda dispunha de reserva incomensurável nas regiões abissais, representada pelo chamado “ouro negro”.
Em sua parte continental possuía regiões ricas em minérios, flora e fauna abundante, grandes florestas, imensos pantanais, vastas planícies, água em profusão e um solo rico que permitia plantar e colher em todas as estações. Não existiam nesse país, catástrofes provocadas por conta da natureza ( tufões,furacões, maremotos, terremotos, atividades vulcânicas ). O clima era tropical, sem grandes variações de temperatura, facilitando sobremaneira a adaptação de pessoas em quaisquer de suas regiões.
Habitava esse país um povo que, em sua grande maioria, não dava valor algum às inúmeras benesses com que a natureza o presenteara.
Viviam a reclamar dos administradores da nação, pelos desmandos cometidos, mas nada faziam de efetivo para mudar o status quo. Escolhiam seus representantes em eleições “democráticas” de voto obrigatório, tendo a certeza que bastava votar. Após as eleições omitiam-se em acompanhar o desempenho dos eleitos, acreditando que nada mais era de sua responsabilidade e/ou interesse. Também não atinavam, que a educação era o bem mais valioso que deveriam ter e exigir, e perdiam-se em devaneios, sonhando em ser artistas ou jogadores de futebol, profissões que eram muito mais um dom, do que fruto de estudo, aplicação e esforço. Eram dotados de uma baixa auto-estima incrível, exaltando a pujança de outras plagas e quando as visitavam, comportavam-se como cidadãos de primeira classe, respeitando as leis e louvando as qualidades dos produtos, serviços e atendimento, quando comparados aos que dispunham em sua terra natal.
Ocorre que os olhos azuis e os olhos rasgadinhos, povos de outro hemisfério, perceberam o grande potencial do lugar e começaram gradativamente a ocupar espaços importantes no país, adquirindo terras, negócios e trazendo cultura e costumes tidos como o suprassumo da modernidade, bem-estar e ascendência social.
O povo inebriado passou a usar termos de outras línguas para se expressar, adquirir produtos de plagas distantes, ouvir músicas e dançar ritmos estranhos, comemorar datas alheias a sua cultura e a praticar hábitos e costumes, que lhes eram bombardeados por uma poderosa máquina de comunicação.
A vida continuava até que um dia ERA UMA VEZ..............................................................................