Começamos assim: Eu brincando de gostar de ti, e você querendo acreditar.

E não é que deu certo?

Quando te vi, tu vestias jeans e a camisa de uma das suas bandas favoritas. Tão bonito… Seus olhos puros, suas mãos indecisas. A cabeça apoiada na pilastra atrás do banco em que estávamos sentados, esperando por minhas palavras. Acho que tu não percebeste, mas te filmei o tempo inteiro e guardei todo seu semblante numa gaveta da lembrança, para que assim pudesse te ver toda vez que precisasse de um motivo para sorrir.

Eu, encabulada como de costume, e com o coração na boca, resolvi dar início ao que havia me levado até você. E quando comecei a falar o que sentia, tu concordavas com um sorriso tão sutil e sincero, que tive vontade de sair correndo mundo afora, sem me importar com nada. Quis pegar na tua mão, mas vacilei, com medo de me perder, em meio a tudo o que me habitava o peito. Então, continuei.

Vi nos teus olhos a dor causada por minhas atitudes, e meu peito logo se contraiu. Eu queria deitar tua cabeça em meu ombro de modo que minhas mãos pudessem te acariciar e meus braços o envolvessem em um terno abraço, trazendo-lhe a tão sonhada paz. Aí tu esquecerias a dor e as palavras que tanto o machucaram em noites passadas. Eu beijaria o seu cabelo e diria que o mesmo sentimento que te feriu, está preparado para te curar. Tu brincarias comigo: Um pedido de casamento seguido de um sorriso tão sincero que eu não teria outra resposta se não “sim”.

Enfim, me perdi em meus devaneios, mais uma vez.

Você pediu para que lhe mostrasse minhas mãos de um jeito peculiar e me convenceu de que a cada minuto que passava, ficávamos mais próximos. Tua voz ornava tão doce… Eu não queria admitir, tive medo. Você resolveu falar sobre minhas palavras e eu concluí que via em ti muito além do que transparecia. Fui acometida por uma intensa sensação de conforto. Estava tudo certo. Eu estava bem.

Ah, e só pra constar, que nunca mais serei a mesma depois da sua mão e teus sentimentos em meu cabelo: Bagunçada, porém, linda

Ui.

“Aquele sentimento que era passageiro não acaba mais.”

“I’ll let you stay with me if you surrender.”