O Derradeiro Acerto de Contas.

Quando é chegada a hora do derradeiro acerto de contas com o juízo final, meu amigo, os de “consciência livre passam tranquilamente, já os demais, por demais arraigados à matéria, ficam, clamam, choram e se esbravejam. Mas nada disso adianta como defesa aos maus. A alfândega celestial é rigorosa quando se trata de almas cujas (sujas) vidas foram norteadas pela ganância, trapaça, egoísmo e apego a bens materiais, ao poder, em detrimento daqueles que primam por compaixão, empatia, fraternidade e liberdade de atos de quem caminha com consciência livre, sorri por aí, mesmo que sem motivos aparentes, mesmo que taxados de dementes ou coisa parecida.

Os crápulas de todos os tempos se esqueceram de que o maior bem não precisa banco nem mala para guardar ou transportar, o maior bem está dentro de nós mesmos: a leveza de consciência, o sorriso aberto, a transparência de atos. Isso é impagável!

Por outro lado, é deplorável a gana por poder! No estertor todo político sujo chora, todo malandro abre o bico e grita: mamãe!, toda velha portentosa, toda luxuria, tudo vira lixo, desintegra, apodrece, todo canalha sem-vergonha desmaia em encenação, sonhando que quando acordar tudo não passara de pesadelo ou ledo engano. Enquanto isso o honesto se contenta e se concentra na leitura de Ledo Ivo, grande autor nacional.

Mas que nada, no fim de tudo as contas serão pagas com juros e correção monetária!

Parafraseando o velho dito “bíblico-popular”: é mais fácil o Corinthians ganhar a Libertadores do que um desonesto entrar no Reino dos Céus.

SAvok OnAitsirk, 30.11.11.