POR UM MILAGRE DE NATAL, EU PEÇO!
Enfim, de novo, já é quase Natal!
Hoje, último dia do penúltimo mês do ano, é o prenúncio da época Natalina, clima de festa, época em que o comércio esquenta, época de luzes, de presentes, de panetone, de esperança e sobretudo de fraternidade.
Época de enfeitar as árvores das nossas vidas com todos os penduricalhos que acumulamos, época em que os papais- noéis saem de casa para tocarem seus sinos festivos para toda a criançada, mesmo à longínqua meninice, àquela que ainda pulsa na história do ser de cada único ser.
Decerto que nem todos vêem a grande festa deste meu modo e muitos asserirão que o Natal já não é mais o mesmo, que tudo mudou, que já não se faz mais Natais como os de antigamente. Há também os que fogem desta constatação.
Posto que "antigamente" é um tempo tão relativo...que pode ter sido ontem, ou existir bem lá longe, ou já ter sido um lugar que ainda é, bem lá dentro de nós, aonde sequer o tempo conseguiu ultrapassar o tempo.
De fato, tudo mudou simplesmente porque, aos nossos olhos tão relativos, tudo muda a todo instante e talvez seja exatamente esse o grande desafio da vida e do Natal: tentarmos conservar o que de melhor existe na nossa essência sem nunca desistirmos de piscar as nossas luzinhas coloridas ao mundo, a despeito das mundanas mudanças, tão holísticas, tão drásticas, as que ocorrem neste nosso macro mundo e que atordoam até o nosso mais íntimo micro entorno.
É impossível negar tal movimentação do todo.
Certo é que todos temos sonhos e expectativas porque é mister continuá-los tendo para continuar iluminado.
Todavia, até o Natal também se tornou uma festa deveras comercial, algo tão comercial a ponto de se perder o Espírito essencial da época, o da Natividade, da Boa Nova que chegaria ao mundo para que as luzes não mais se apagassem entre nós, os Homens.
Estamos por um fio...um fiozinho de luz que ainda brilha agonizante, como se fosse um pequeno pavio a nos pedir pela lenha do Amor.
Amor, simplesmente amor, na sua mais ampla e verdadeira conotação linguística, não apenas aquela da denotação do dicionário.
Confesso que ultimamente eu não peço por matéria: eu rezo pelo essencial.
Rezo pelo mundo, rezo pelo Brasil, porque como sempre escrevo, não existe mal estar individual ou setorial que não interfira no bem coletivo.
A felicidade há que ser de todos..,para que até ela possa ser plenamente feliz.
Utopia? Mas se é Natividade...me permitam renascer na minha vã esperança adormecida.
Nem que seja apenas neste próximo dia de Natal, eu peço que a aura Natalina nos traga um milagre político mundial.
Trata-se dum pedido urgente, INADIÁVEL, e eu não saberia responder se milagre impossível existe. Existe?
Ainda penso como criança, através daquele pensamento mágico de que no Natal nada nos é impossível.
Peço sim, porque eu acredito que apenas um milagre político significaria o milagre social de que tanto urge o planeta: um milagre de Natal apra que o mundo RENASÇA!
Peço por vergonha, por consideração, por compromisso social, por vontade política, por decência, por cidadania, por verdade, por transparência, por despreendimento, por palavras que se tranformem em ações verdadeiras e não em corrupções do senso de todos os nossos sentidos, tão DEVASTADORAMENTE desprovidos do SENTIDO real, peço pela acurácia dos olhos de todas as lideranças, que não apenas vejam, mas que enxerguem nosso tão triste status atual a ponto de operarem mudanças pertinentes e impactantes.
Peço ,enfim, por corações que se sensiblizem e por gestos que façam a diferença entre nós, é o que eu peço.
Afinal, enfrentamos época de tão duros corações...
Será que peço muito?
E depois do meu essencial pedido dum milagre de Natal decerto que a Humanidade já não precisaríamos pedir por mais nada...