entre um rosto e um retrato, o real e o abstrato

todo mundo odeia mudanças. desde aquelas extremanente simples como a escolha do cereal no café da manhã até aquelas que conseguem abalar todo o seu mundo. e sabemos que, do ponto de vista humano, o mundo gira, sim, ao nosso redor. da mesma forma que somos protagonistas de nossa história, todo e qualquer acontecimento, por mais pequeno que possa parecer, exerce uma grande influência no curso de nossas vidas, na nossa crença em algo que nos parecia certo e, muitas vezes, no que sentimos por alguém. é fácil ignorar os pedidos de socorro quando esses vêm de fora. agora quando é seu coração que clama por ajuda e sua mente insiste em deixá-lo sofrer, deixá-lo sangrar, é algo completamente diferente. falo de mudanças, estas acompanhadas daquilo que tentamos manter distância, porém muitas vezes consegue nos convencer que a vida, talvez só dessa vez, possa melhorar. falo da ilusão. daquilo que nos motiva a tentar. nos dá esperança, força. até que você percebe que foi tudo um engano. na verdade ela não gosta de você. vocês não vão ficar juntos nem ter uma daquelas histórias de amor cheias de paixão e promessas de amor eterno. tudo partiu de uma má interpretação daqueles pequenos gestos. você simplesmente acreditou no que queria acreditar, no que precisava acreditar. e é quando você percebe seu erro que entra a mudança. os dias felizes não parecem agora tão próximos. sua história não tem mais aquele ar de comédia romântica e seu espírito, aquele que antes havia jurado não se deixar influenciar por ninguém, nunca mais, já não é mais o mesmo. você começa a questionar os momentos que sua vida lutou para não deixar acontecer, as realizações que o mundo não te deixou alcançar e os amores que seu coração insistiu em se apaixonar, agora já perdidos. perdidos no meio de tantos resquícios de esperança.

e após incontáveis momentos se culpando pela falta de coragem, pelo comodismo e pelo tempo perdido, você percebe que nada daquilo valera a pena. e se arrepende do momento que decidiu acreditar no que eles diziam, no que eles cegamente acreditavam. falaram que tudo é possível e que a vida era bela. mentiram quando te fizeram crer que as pessoas podiam ser melhores. te iludiram a tomar a busca pela felicidade como algo real, algo tangível.

e mesmo sabendo que nada vai melhorar após tal mudança, você não se importa. sabe que não pode mais lutar e que seu coração não tem mais espaço para curativos. a única coisa que fica, a única coisa que não depende de sua força de vontade ou de sua mais profunda insistência em esquecer, é exatamente o que você sente por ela.

Willian Sousa
Enviado por Willian Sousa em 30/11/2011
Código do texto: T3365448
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