UMA FAMÍLIA DESCONECTADA
Crônica: Uma família de “Boston”.
Confesso de entrada que, eu não gostaria de escrever esta crônica. Confesso também que, eu não sou um hipócrita, a ponto de ignorar o que acontece ao meu redor. Também eu não sou como a avestruz, que enterra a cabeça na areia do campo, para não ver o que acontece ao redor. Eu lamento muito em ter de escrever esta crônica, mas ela se faz necessária. Talvez alguns a leiam e possam refletir.
Evidentemente que eu vou falar da minha família, pois, como se diz no jargão popular, é uma família tradicional de “Boston”. Eu não sei se esse fenômeno ou esse comportamento que passo a narrar, acontece com as demais famílias. Confesso também que, eu sinto profundamente na minha alma, por ter que escrever esta crônica e expor toda a minha revolta.
A minha família mostra atualmente sinais vivos de desagregação. É um sintoma incômodo que vem se repetindo historicamente, pois os nossos ancestrais, segundo informações, sofreram esse mesmo estigma indesejável. Será que isso é genético?
Uns, porque se aventuraram para locais distantes, outros, por um comportamento frio, com uma ausência total do espírito fraterno. Sente-se que, a distância e a falta de comunicação, contribuíram e levaram os membros dessa família, ligeiramente, à frieza e ao desinteresse pelos seus próximos de sangue.
Em quase todas as famílias ocorre um fenômeno que identificamos como uma verdadeira diáspora. Entretanto, quando visitam as suas famílias, em épocas apropriadas, sente-se uma verdadeira festa. Essa confraternização é uma demonstração do espírito fraterno. Ágape esse que não acontece com a minha família. Suponho que, com o alcance da maturidade, obrigatoriamente, cada um procurou palmilhar o caminho do seu destino, sem, contudo, perder a ligação com as suas origens e a demonstração explícita do espírito humanitário e fraterno. O que não acontece com a minha família.
Seja para estudar ou trabalhar, o indivíduo abandona o clã, e, com o tempo de afastamento, dá oportunidade para o surgimento de uma frieza fraternal. O clã é substituído por outras amizades, é fácil observar esse comportamento, pois com essa nova práxis de vida, o familiar passa a ser o estranho. Isso é inadmissível e incompreensível.
Quando raramente se encontram, o diálogo é frio, quase um monólogo a dois, não há o mínimo interesse em saber da vida e ou dos problemas ou sucesso do seu fraterno. Tenho observado que alguns demonstram maior interesse pelos estranhos à família, inclusive, dispensam ajuda financeira e cedem patrimônios. Aqui, eles são identificados como filantropos ingênuos, ou como se diz popularmente, um mercantilista da amizade ou o desejo ególatra de ter um bajulador financiado que muito lhes apraz.
Esse é um fenômeno que deve ser observado e estudado por um psicólogo ou por um psiquiatra. Pois, nesse campo familiar, se cultiva algumas evidentes neuroses, mas esse é um fenômeno que eu não posso me aprofundar, entretanto é visível essa neura em alguns. Esse distúrbio psíquico, deveras notado, às vezes, é motivo de compaixão ou de extrema piedade.
Esse flagelo familiar tem causas profundas, pois, conforme dizia Carl Gustav Jung, os tratos ou os maus tratos sofridos, com uma educação retrógada na infância e na adolescência, diz o Doutor, eles causam verdadeiras máculas psíquicas, que só emergem do subconsciente na idade adulta. Eis aí o grande estrago psíquico sofrido por alguns membros dessa família. Isso é lamentável!
Quod scrips, scrips!
Crônica: Uma família de “Boston”.
Confesso de entrada que, eu não gostaria de escrever esta crônica. Confesso também que, eu não sou um hipócrita, a ponto de ignorar o que acontece ao meu redor. Também eu não sou como a avestruz, que enterra a cabeça na areia do campo, para não ver o que acontece ao redor. Eu lamento muito em ter de escrever esta crônica, mas ela se faz necessária. Talvez alguns a leiam e possam refletir.
Evidentemente que eu vou falar da minha família, pois, como se diz no jargão popular, é uma família tradicional de “Boston”. Eu não sei se esse fenômeno ou esse comportamento que passo a narrar, acontece com as demais famílias. Confesso também que, eu sinto profundamente na minha alma, por ter que escrever esta crônica e expor toda a minha revolta.
A minha família mostra atualmente sinais vivos de desagregação. É um sintoma incômodo que vem se repetindo historicamente, pois os nossos ancestrais, segundo informações, sofreram esse mesmo estigma indesejável. Será que isso é genético?
Uns, porque se aventuraram para locais distantes, outros, por um comportamento frio, com uma ausência total do espírito fraterno. Sente-se que, a distância e a falta de comunicação, contribuíram e levaram os membros dessa família, ligeiramente, à frieza e ao desinteresse pelos seus próximos de sangue.
Em quase todas as famílias ocorre um fenômeno que identificamos como uma verdadeira diáspora. Entretanto, quando visitam as suas famílias, em épocas apropriadas, sente-se uma verdadeira festa. Essa confraternização é uma demonstração do espírito fraterno. Ágape esse que não acontece com a minha família. Suponho que, com o alcance da maturidade, obrigatoriamente, cada um procurou palmilhar o caminho do seu destino, sem, contudo, perder a ligação com as suas origens e a demonstração explícita do espírito humanitário e fraterno. O que não acontece com a minha família.
Seja para estudar ou trabalhar, o indivíduo abandona o clã, e, com o tempo de afastamento, dá oportunidade para o surgimento de uma frieza fraternal. O clã é substituído por outras amizades, é fácil observar esse comportamento, pois com essa nova práxis de vida, o familiar passa a ser o estranho. Isso é inadmissível e incompreensível.
Quando raramente se encontram, o diálogo é frio, quase um monólogo a dois, não há o mínimo interesse em saber da vida e ou dos problemas ou sucesso do seu fraterno. Tenho observado que alguns demonstram maior interesse pelos estranhos à família, inclusive, dispensam ajuda financeira e cedem patrimônios. Aqui, eles são identificados como filantropos ingênuos, ou como se diz popularmente, um mercantilista da amizade ou o desejo ególatra de ter um bajulador financiado que muito lhes apraz.
Esse é um fenômeno que deve ser observado e estudado por um psicólogo ou por um psiquiatra. Pois, nesse campo familiar, se cultiva algumas evidentes neuroses, mas esse é um fenômeno que eu não posso me aprofundar, entretanto é visível essa neura em alguns. Esse distúrbio psíquico, deveras notado, às vezes, é motivo de compaixão ou de extrema piedade.
Esse flagelo familiar tem causas profundas, pois, conforme dizia Carl Gustav Jung, os tratos ou os maus tratos sofridos, com uma educação retrógada na infância e na adolescência, diz o Doutor, eles causam verdadeiras máculas psíquicas, que só emergem do subconsciente na idade adulta. Eis aí o grande estrago psíquico sofrido por alguns membros dessa família. Isso é lamentável!
Quod scrips, scrips!