O terrível Canela Preta
Após o sufocamento da Confederação do Equador, criou-se a Comissão Matuta, chefiada pelo Ten. Cel. João André Teixeira Mendes, o famigerado Canela Preta. Autor de centenas de crimes de morte, saqueamento, espancamento e danos de toda sorte, Canela Preta, sempre dentro de longas botas pretas (motivo do apelido), parecia inatingível.
A Comissão Militar (pejorativamente Comissão Matuta) se prestava a vinganças pessoais, agindo abertamente à margem da lei. A lei era a vontade de Canela Preta e seus aliados, que promoviam a desordem sob pretexto de insurreição.
Entretanto a única vitima sobrevivente da fúria de Canela Preta levou-o a julgamento e o condenou à morte. Esta vítima (e herói) foi Antonio Oliveira Pluma, apelidado de Pau Brasil, que saíra ileso de três tentativas de fuzilamento. A cidade atribui o fato a intervenção de Senhor do Bonfim.
Diz-que Canela Preta, então, deu uma chance, deixando vivo o pupilo do padroeiro da cidade. Para evitar remorsos, foi à pandega: mandou desceu o sino de uma capela, colocou de boca para cima e mandou encher de cachaça para que bebem seus capangas.
O tempo passou. Pau Brasil tornou-se Promotor de Justiça e acertou as contas com o Canela Preta, condenando-o a morte.
Recorrendo a instância superior, Canela Preta comutou a pena em degredo. Foi exilado para o Amazonas e por lá permaneceu 20 anos. Velhinho retornou ao Icó, onde morreu cego, aos 93 anos e brigando, brigando sempre. O Canela Preta era terrível!
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