Homenagem ao passarinhos
Poema no diminutivo
Voa, voa passarinho...
Pouse bem nos telhadinhos, pia, pia de mansinho,
Fale baixo ao coração, que ele anda miudinho.
Abre o bico um sorrisinho,vem p cá no meu cantinho,
Mas não abandones o ninho, pois ele é recanto de amor,
Dê alimento aos filhotinhos,
Bata as asas num ventinho, cisca, cisca areia fina,
E descansa no escurinho.
Hoje, ao chegar do trabalho, bem na hora do crepúsculo, entrei em meu quarto e percebi algo errado...Penas, que pena.
Passarinho morto, tão recém nascido, com faixa laranja escura e vermelho em volta dos olhos.
Filhote de um qualquer, mas que pra natureza e pra mim é tão precioso.
Procurei minha gata, que raramente desempenha papel de predadora, é uma LADY.
Me zanguei com ela, mas ela o que faz, me olha e pede complacência...
Quem ama faz isso, mesmo depois de qualquer sandice.
Coloquei a avezinha numa planta, pr q assim ao menos não acabe em estômago de gata, pois minha gata degusta ração e presunto, pássaros, só divertimento cruel
natural nos felinos.
E depois lembrei, que hoje mesmo, as 15 horas eu chamei atenção enfaticamente de uns garotos que tentavam destruir um ninho de sabiá...
...Vou voltar sei que ainda vou voltar para o meu lugar, é ainda lá que eu hei de ouvir cantar uma sabiá...” Chico Buarque.
Foi como destruir um poema.
E minha gata faz isso só por instinto, mas aquele garoto, que ainda me encarou, e eu o chamei de covarde, ele faz por prazer.
Molecagem? Já não existem mais molecagens...Hoje, sabe-se bem o que é isso ou aquilo.
E os prazeres estão ai, pode-se escolher.
O garoto me disse apenas; “..não tem nada pra fazer..”
E a bicicleta o olhando entre as pernas. Isso não é molecagem, pra mim, vadiagem, maldade, sacanagem, mas molecagem, pra mim, é algo do que um dia se tem saudades...
Como o Rubem Alves tem de sua infância.
Esse poema vai para as aves que gorjeiam aqui, e mundo afora...
Mônica Ribeiro
29/11/11