Chuvas de fim de ano
O céu escureceu rápido, nenhum vento e as nuvens ficaram baixas.
O sol esteve quente a manhã toda e o ar abafado.
Maria foi até o varal e recolheu todas as roupas. As úmidas ela entendeu nas cordinhas na varanda, com piso de pedra, balaustres de ferro, pintados na cor marrom. Algumas redes para o descanso a tarde. Várias samambaias penduradas no telhados e vasos enormes de plantas ornamentais espalhadas por toda a extensão da varanda e alguns na sala de visita.
De repente começaram os raios que riscavam o céu e estrondosos trovões. As galinhas assustadas que estavam no terreiro corriam para o galinheiro, algumas com uma fila de pintinhos amarelos, marrons e pretos atrás delas.Quase todas as aves se esconderam e os patos e marrecos ficaram até que a chuva engrossasse.
Margarete, a filha de dona Maria, fechou todas as janelas da casa e foi para o seu quarto, ler e escrever um pouco. Ali, naquele recanto de sossego, a adolescente tinha sonhos incríveis, acordada, através dos livros e histórias fantásticas.
A chuva veio tão forte que molhou toda a varanda e rebaixou a plantação de milho.Parece ter caído até granizo, esfriou o tempo e a umidade do ar voltou.
Dona Maria fez um delicioso café para acompanhar o bolo que havia feito antes da tempestade. Depois as duas saíram na varanda e viram o céu azul de novo e sentiram aquele cheiro de terra molhada e o perfume das flores de laranja.Quem estava feliz mesmo era o senhor Geraldo com a apicultura, já que nesse ano as abelhas produziram mais, devido a quantidade de chuvas e o aumento das flores. Olhando o campo de girassóis a vista se perdia em tanto amarelo. Não somente pela utilidade do óleo de girassol, comestível e utilizado para combater o colesterol e possuidor de várias vitaminas e minerais o girrasol também tem muito proveito na cosmética e em massagens corporais. Além de ser uma ótima fonte de inspiração para as poesias de Margarete.