palavreando

Minha avó, sempre no natal, fazia tranças doces, pão adocicado , com cheiro de aconchego, aroma bom do calor daquela cozinha pequena. Eu ficava com a cara grudada na mesa, nariz sujo de farinha e olhos meninos a devorar a arte daquelas mãos alvas empoadas e decididas, a amassar, dominar, amoldar a massa, a compor tranças grossas que douravam no forno depois. Não sei fazer pão trançado. Então, tranço palavras, tranco nelas dores, mastigo verbos e busco aromas amores salpicados de adjetivos pra sentir, de novo, um pouco do novo em mim.

Doraa
Enviado por Doraa em 28/11/2011
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