Estava eu, em pleno vigor de meus dezessete anos.
Esta é, se vocês se lembram, a época dos cravos, espinhas, das caspas, etc. Às vezes o azar é tanto que o cidadão acumula, o cidadão era eu.
Dentre os muitos azares a espinha pode nascer em vários lugare. O cidadão pode até ter o azar dela nascer na ponta do nariz, o nariz era o meu.
Como não trabalhava, era sustentado por minha mãe, que resolveu me comprar um sapato de bico fino. Às vezes o sapato ferra o pé do cidadão, o pé era o meu.
Enfim, se fossem acumular os pontos negativos, acho que passaria dos cem.
Minha mãe já pensava com certa simpatia em esfaquear, deserdar, dar um tiro de doze na minha testa, face as reclamações que eram legítimas. Com aquela espinha na ponta do nariz, que parecia uma lâmpada acesa, me desloquei ao malfadado baile, tudo fora ensaiado exaustivamente.
No Baile.
A rainha da festa era a Gisele.
Mestiça de português com japonês ou chinês sei lá, mas ela imperava. Parecia a última bolacha do pacote.
No baile tinha dois tipos de homens: os que achavam ter alguma chance, que ficavam aguardando para dar sua cartada, e os que não tinham chance, que ficavam só na torcida para ver os machões quebrarem a cara.
Daquele tipo, nada para mim, nada para todos.
Curiosamente, as mulheres se dividiam também em dois grupos: as inimigas declaradas, só vendo ou senão inventando defeito, torcendo contra, e as amigas que são inimigas também mas não declaradas e em tudo igual as primeiras só que veladamente.
Estudando os prós e os contras, desisti de queimar munição, perdi por W.O.
Eu, o homem espinha, caí de pau em cima de uma coitadinha, que me viu como o Príncipe da Pérsia, e quando não há o que fazer, “truco”, dançamos a noite toda, pisando os pés ora de um, ora de outro e os Ops, mas tão pouco que não sentíamos.
Certa hora surgiu, não se sabe de onde, um tipo nordestino destes caras sem bunda, feio de dar dó e o que acontece? Senhor como tem gente cega.
A desgraçada deu bola para ele, todo mundo quase teve uma síncope, e o safado levou-a para dançar e colou o rosto.
Só falta beijar, e beijou. Pior que a gata retribuiu. Ninguém mais dançava. Do meu peito saiu um tipo de ronco ou rugido, quando minha parceira pela décima vez dizia que ia ao banheiro.
O baile acabou de repente. O cretino passa aquele braço torto parecendo um galho de árvore no pescoço dela, cochicha algo e ela ri, e os dois saem do baile e da minha vida. Se eu tivesse um estilingue, não daria uma pedrada, mas duas pedradas, nele e nela, cretina traidora.
Como nada mais poderia acontecer, inventei uma desculpa qualquer para meu par e fui para casa. Na saída para meu sofrimento, ainda vi a danada da mestiça entrando em um carro. Ainda por cima o safado tinha automóvel.
O tempo passou, as espinhas se foram e um dia eu a vi. Estava em um mercadinho colocando compras em seu carro.
- Precisa de ajuda?
- Oi, Frank, por favor esta vida de casada me mata.
Sorrindo simpaticamente, gargalhando com meus botões falei:
- Que família simpática.
Enquanto ajudava a colocar os pacotes, ela começa a me apresentar a tribo. Contei cinco e pelo jeito ainda vem gente por aí. Após receber minha ajuda ela foi embora e aquelas crianças na janela me davam tchau. Bem feito o castigo vem a cavalo. Lembrando minha Musa quando solteira, ela nunca ficou com o cabelo desarrumado, agora estava. Nunca ficava sem maquiagem, agora estava.
Ela trocou este pão por uma padaria inteira, só que ela fazia a massa e varria o chão.
Esta é, se vocês se lembram, a época dos cravos, espinhas, das caspas, etc. Às vezes o azar é tanto que o cidadão acumula, o cidadão era eu.
Dentre os muitos azares a espinha pode nascer em vários lugare. O cidadão pode até ter o azar dela nascer na ponta do nariz, o nariz era o meu.
Como não trabalhava, era sustentado por minha mãe, que resolveu me comprar um sapato de bico fino. Às vezes o sapato ferra o pé do cidadão, o pé era o meu.
Enfim, se fossem acumular os pontos negativos, acho que passaria dos cem.
Minha mãe já pensava com certa simpatia em esfaquear, deserdar, dar um tiro de doze na minha testa, face as reclamações que eram legítimas. Com aquela espinha na ponta do nariz, que parecia uma lâmpada acesa, me desloquei ao malfadado baile, tudo fora ensaiado exaustivamente.
No Baile.
A rainha da festa era a Gisele.
Mestiça de português com japonês ou chinês sei lá, mas ela imperava. Parecia a última bolacha do pacote.
No baile tinha dois tipos de homens: os que achavam ter alguma chance, que ficavam aguardando para dar sua cartada, e os que não tinham chance, que ficavam só na torcida para ver os machões quebrarem a cara.
Daquele tipo, nada para mim, nada para todos.
Curiosamente, as mulheres se dividiam também em dois grupos: as inimigas declaradas, só vendo ou senão inventando defeito, torcendo contra, e as amigas que são inimigas também mas não declaradas e em tudo igual as primeiras só que veladamente.
Estudando os prós e os contras, desisti de queimar munição, perdi por W.O.
Eu, o homem espinha, caí de pau em cima de uma coitadinha, que me viu como o Príncipe da Pérsia, e quando não há o que fazer, “truco”, dançamos a noite toda, pisando os pés ora de um, ora de outro e os Ops, mas tão pouco que não sentíamos.
Certa hora surgiu, não se sabe de onde, um tipo nordestino destes caras sem bunda, feio de dar dó e o que acontece? Senhor como tem gente cega.
A desgraçada deu bola para ele, todo mundo quase teve uma síncope, e o safado levou-a para dançar e colou o rosto.
Só falta beijar, e beijou. Pior que a gata retribuiu. Ninguém mais dançava. Do meu peito saiu um tipo de ronco ou rugido, quando minha parceira pela décima vez dizia que ia ao banheiro.
O baile acabou de repente. O cretino passa aquele braço torto parecendo um galho de árvore no pescoço dela, cochicha algo e ela ri, e os dois saem do baile e da minha vida. Se eu tivesse um estilingue, não daria uma pedrada, mas duas pedradas, nele e nela, cretina traidora.
Como nada mais poderia acontecer, inventei uma desculpa qualquer para meu par e fui para casa. Na saída para meu sofrimento, ainda vi a danada da mestiça entrando em um carro. Ainda por cima o safado tinha automóvel.
O tempo passou, as espinhas se foram e um dia eu a vi. Estava em um mercadinho colocando compras em seu carro.
- Precisa de ajuda?
- Oi, Frank, por favor esta vida de casada me mata.
Sorrindo simpaticamente, gargalhando com meus botões falei:
- Que família simpática.
Enquanto ajudava a colocar os pacotes, ela começa a me apresentar a tribo. Contei cinco e pelo jeito ainda vem gente por aí. Após receber minha ajuda ela foi embora e aquelas crianças na janela me davam tchau. Bem feito o castigo vem a cavalo. Lembrando minha Musa quando solteira, ela nunca ficou com o cabelo desarrumado, agora estava. Nunca ficava sem maquiagem, agora estava.
Ela trocou este pão por uma padaria inteira, só que ela fazia a massa e varria o chão.
OripêMachado