DETALHE




 
 
Gostava de dormir com a mão sob as suas costas adormecidas, à noite na cama de casal.
Esse detalhe de, ao deitar para dormir, fazia as orações e virava se encaixando ao corpo deitado de costas para ela, e enfiava a mão ou o braço sob aquele peso vivo, que completava aquele momento. Sentia-se bem. Um conforto tão bom. E nem definindo a sensação. Segura? Não sabia o que sentia, mas curtia e dormia.
Não era amada, mas lhe era permitido fazer este gesto, como que gostando. Era tácito aquilo, uma mentira de amor, um arremedo substituto do amor.