Reconquistando a  amada      


http://youtu.be/iCrP-J7cLIw    (para ouvir ao final da leitura)                 
 
                               De todas as cantigas da minha infância, restou-me na memória a mais bonita e doce de todas.  Na verdade, era um  acalanto e que cantavam  para eu dormir, naquelas noites escuras e assombradas do menino que sonhava com o boitatá e o "murucututu de cima do telhado".
                               Restou-me, talvez, o trecho mais bonito: “ Rema, rema, remador, que essas  águas são de  flor // rema, rema, remador// Nossa Senhora vai dentro, com os anjinhos a remar. A letra é bonita e a música mais linda ainda.
                               Lembrei-me disso para atender um pedido especial da minha prima Valéria Dantas, aqui do Recanto, uma cronista de primeira grandeza.
                               Outro dia, brincando, fiz um monólogo em que o namorado briga definitivamente   com sua namorada. Vendo que sua amada foi embora de vez, ele se desespera e começa a procurar por  um poema  de reconciliação.
                               Não achei o poema, querida prima Valéria, mas essa lembrança da infância, de um verdadeiro anjinho,  você não acha  que derreteria o coração da amada?  
                               Tanto tempo passado e hoje tomo conhecimento da música completa, mas não vejo a frase mais bonita, talvez inventada por minha mãe, ou acrescentada pelo folclore da minha terra: “que essas  águas são de  flor”.
Eis a música completa: Vamos, Maninha vamos,
 Lá na praia passear
 Vamos ver a barca nova que do céu caiu no mar (bis)
 Nossa Senhora está  dentro,
 Os anjinhos a remar
 Rema,  rema,  remador, que este barco é do Senhor (bis)
 O barquinho já  vai longe ...
 E os anjinhos a remar
 Rema,  rema,  remador, que este barco é do Senhor (bis)
                               Você não acha, Valéria, que publicando esta  letra, um verdadeiro poema,  tão puro, não irá derreter  o coração da amada e ela retornará correndo para os meus braços? 
                               Ou então,  "firmando o ponto" ,  ouvindo  a música “peixe vivo” que mandei gravar  especialmente para esta crônica, que, sei, será ouvida por ela, não estará garantida a reconquista? 
 
 


                                   Em magnífica interação, minha amiga Valéria, dentro do tema criou  os seguintes versos:

                                    "Reme, reme, pescador
                                      e se livre dessa dor
                                      que essas águas são de flor
                                      pra navegar eu e você, meu amor.

                                   Isto é que é bonito no Recanto, o intercâmbio a interação dos amigos e amigas. Obrigado, Valéria, por aceitar de bom grado a brincadeira.

                                   E meu sempre amigo Seminale interage com estes belos versos:

                                   rema rema remador
                                   que meu coração, por ela chora
                                   leva contigo, meu amor
                                   que,  eu,  remando vou embora...  
      
                              E agora o meu dileto amigo Ciro, sempre gozador, interage também, falando do nosso gosto pela jaca manteiga

                                   rema rema remador
                                   que a saudade é doce e meiga
                                   pois enquanto estás remando
                                   vou comer jaca manteiga
   

                              E para minha alegria transcrevo a seguir a interação da grande Maria Mineira:

                              rema rema remador
                              abandone essa tristeza
                              pra reaver um grande amor
                              reme contra a correnteza

                              E a interação continua, agora, com alegria, apresento os versos do meu primo Marcio Felix:

                              rema rema remador
                              e enfrente este mar bravio
                              mas volte com o meu amor
                              de balsa, bote ou navio.

                              Excelente, Marcio, ficou bonito!