Poeta (nanocrônica)

E as palavras refletem a alma do Poeta? E, o leitor; este exímio decifrador do inexplicável, a apanha e a absorve, como se elas o possuíssem, como se elas tivessem alma própria. Amante, romântico, manipulador... o Poeta faz das palavras o seu objeto de desejo. Ora, ele é um romântico sonhador, ora, ele é um realista do cotidiano. A adaga que fere a alma é a mesma que limpa o peixe para o seu almoço, e, da mulher amada. Essa dualidade é o que inspira e concretiza as palavras em seu labor poético. O amor é retaliado e se torna visceral, comunicando as transformações de um cotidiano nu e cru em algo subjetivo, inexplorado! Olhar para a Via Láctea, que para muitos não passa de um aglomerado de estrelas, todavia, para ele, ali, no céu em alto relevo, o Poeta, vê a face da mulher amada em noite inspirada e inspiradora, e assim, louva o amor em toda a magnitude. O Poeta, também, é o profeta da modernidade, aquele que sem temer explora nos seus poemas as transgressões humanas. Dialoga, com o consciente mostrando o perigo da inconsciência. Não teme em escrever versos fortes pontuando os falsos valores que circulam pela sociedade moderna. Na prosa não se limita ao profícuo entrega-se no afã da escrita elaborada, através do seu conhecimento sobre os assuntos que aborda. Suas crônicas são relatos do cotidiano ministrados com sabedoria. Salve Poeta! Salve Profeta! Per saecula saeculorum, amen!