O Divino Espírito Santo da Santissíma Trindade

"Avaliado por todos do seu tempo como o "Divino" o grande mestre do Barroco musical europeu teve uma vida atribulada por doenças, mas, tinha também uma recuperação rápida. Reconhecido como um dos melhores organistas e cravistas do seu tempo, exímio compositor escreveu o oratório Messias, composto de 51 movimentos tendo como mais conhecido o 42º (Hallelujah) de mais ou menos quatro minutos, em que Handel narra a vida de Jesus Cristo desde sua anunciação profética, seu nascimento, vida, morte e ascensão ao céu. Então, levante-se diante dessa maginifica obra como o fez George II, o rei da Inglaterra ao ouvi-la pela primeira vez. "For the lord God omnipotent reigneth / Hallelujah hallelujah hallelujah hallelujah" Amém!

Ouça e se emocione com omovimento 42 do Messias:

http://youtu.be/N5VP-IV0Z5E

Nascido em Halle, Alemanha, a 23 de fevereiro de 1685, Georg Friedrich Haendel era filho de Georg Haendel, cirurgião-barbeiro do Duque de Saxe. O velho Georg, embora não fosse insensível à música, não recebeu muito bem o interesse do garoto por esta arte: queria fazer de seu filho um advogado, profissão honrada e segura.

Seu pai ia com freqüência a Wersenfels e certa vez levou o filho. Ao notar o interesse do menino pela música, o Duque João Adolfo aconselhou o pai a contratar um professor de música. Assim o cirurgião contratou Wilhel Zachau, excelente músico, que passou a dar aulas ao menino: órgão, cravo, violino, oboé e fundamentos de Harmonia. Mas como condição, Haendel prometeu que estudaria Direito.

Em 1696, aos doze anos, escreveu suas primeiras sonatas para oboé e cravo.

Com a morte de seu pai em 1697, Haendel decidiu-se pelo curso de Direito, em memória do velho Georg. Entrou para a Universidade de Halle em 1702. Sem abandonar a música,dividia-se entre os estudos jurídicos, as funções de organista e as de professor do ginágio.

Um ano após, abandonou a faculdade, seu emprego e seu alunos e foi embora para Hamburgo, onde conseguiu emprego como segundo violino e cravista do teatro. Compôs as óperas Almira e Nero, de grande sucesso. A fama veio rápida e novos alunos o procuravam. Com a falência do teatro de Hamburgo, Haendel partiu para a Itália, em 1706.

Em 1719, a prosperidade econômica da Inglaterra favoreceu a fundação da Academia Real de Música, onde Haendel foi contratado como diretor. Neste ambiente ele tomou conhecimento da vida dos bastidores e conheceu a rivalidade das grandes vedetes, indisciplinadas o orgulhosas, na maioria italianas, que precisava selecionar. Saiu-se mal: como músico teve seu prestígio abalado pelo sucesso instantâneo de Bononcini; como empresário, não conseguiu controlar a disputa entre castrati e prime donne, cujo furor chegava às platéias, onde também se tomava partido. Essa situação culminou em 1726 quando as cantoras Faustina Bordoni e Francesca Cuzzoni - rivais em virtuosismo e vivendo papeis rivais na ópera Alessandro de Haendel - acabaram pôr se atracar em cena, para o delírio da platéia e a irritação de Haendel.

Apesar dos esforços do compositor, a instituição foi dissolvida em 1728. Em 1733, Haendel teve que sustentar a oposição liderada pelo Príncipe de Gales e a concorrência de seus protegidos. Dois anos depois, com o fortalecimento do movimento nacionalista, muitos estrangeiros foram embora. A maioria dos artistas italianos que trabalhavam com Haendel partiram. Até 1733 ele trabalhou muito, compondo o oratório Esther e muitas óperas.

Assoberbado de trabalho, esgotado e cheio de preocupações, Haendel sofre um ataque de apoplexia que lhe imobilizou o lado direito, obrigando-o a um período de descanso em uma terma. Alguns meses mais tarde estava de volta a Londres, dizendo-se recuperado. Retornou a seu antigo ritmo de trabalho e logo estava sobrecarregado novamente: óperas, concertos, a publicação de obras, o projeto de reunir uma nova equipe de artistas e a fundação da "Sociedade de Ajuda a Músicos Pobres. Mas estava sempre beirando à falência. Apesar das dificuldades financeiras, Haendel conservava o seu prestígio e, ainda em 1738 publicou seus seis Concertos para órgão Opus 4.

Profunda tristeza se apossa do velho "Urso Branco", pelas dificuldades que passa novamente, e apenas o reconfortam as notícias de que seus oratórios, em particular O Messias, alcançam grande sucesso.

Em 6 de abril de 1759, o compositor se apresenta pela última vez em público. Estava com 74 anos e precisava descansar.

No dia 11 de abril, o compositor, acamado, confessa desejar morrer na Sexta Feira Santa. Mas morre no dia 14, Sábado da Ressurreição, e toda a Inglaterra chora. É enterrado na Abadia de Westminstes - no Canto dos Poetas.

Mestres da Música - Abril Cultural