UMA COBRA VEIO ME VISITAR !
Dia lindo de sol. No jardim reina a paz, joaninhas convivem com as formigas, que por sua vez dividem espaço com as cigarras, que agarradas ao tronco da sibipiruna, promovem uma cantoria, que tira qualquer um da cama.
Bem te vi, canta alto, mostrando seu peito de um amarelo lindo. Sanhaço discreto aproveita a mesa farta, e bica ávido uma banana.
Um bando de maritacas cortam o céu, alegres passam em barulhenta algazarra. Andorias voam num vai e vem sem fim, fazendo ninho por entre as telhas de minha varanda.
Em um canto do jardim, observo encantada um vaso de flor de maio, que produziu apenas um botão de flor, em pleno mês de novembro.
Pela manhã bem cedinho, ouço barulho na água , vou pro quintal olhar, e lá está um visitante da noite, que talvez com sede, foi beber da água da piscina, e num descuido mergulhou dentro dela, e sózinho não conseguia sair.
Não sei dizer quanto tempo o pobre saruê, estava se debatendo nas águas. Percebi que estava cansado. Eu, mesmo com medo, pequei a rede de tirar folhas da piscina, o retirei de lá, e coloquei em cima do muro. Não demorou mais que alguns segundos e ele disparou muro à fora.
Essa espécie de marsupial, sempre vem nos visitar, já encontrei um em minha lavanderia, e gritei de medo, pois ele, logo mostra os dentes, se sente-se acuado.
Outra vez, foi na varanda do meu quarto, nesse dia, meu marido não estava em casa, e quem me socorreu, foram os seguranças aqui do condomínio.
Morar em meio a natureza, tem dessas coisas, lado bom, e lado de surpresas desagradáveis.
Um visitante pra lá de indesejado, encontramos alguns anos atrás, também dentro da piscina.
Fazia sol, em uma linda manhã de sábado, eu e meu marido nos aprontamos para relaxar a beira da piscina.
Após algum tempo tomando sol, resolvi entrar na água, e qual não foi o meu pânico, ao ver um filhote de cobra coral, nadando tranquilamente dentro da piscina.
Meu marido muito habilidoso, conseguiu pegá-la com a redinha de limpar a piscina, e com ajuda dos seguranças do condomínio, colocaram-na viva, em um vidro de boca larga. A direção do condomínio enviou-a ao Instituto Butantã, aqui em São Paulo.
Quando já havia quase me esquecido do episódio, um segurança bate à minha porta, e me entrega uma cópia do laudo enviado pelo Instituto Butantã: aquela era uma cobra coral de uma espécie rara e das mais venenosas e perigosas que existe.
Pediam-nos que ficássemos atentos pois, como se tratava de um filhote, a mãe e outros répteis deveriam estar por ali.
Mas, isso já faz alguns anos, e graças a Deus, nunca mais tivemos essa desagradável visita.
Coisas de quem mora perto do mato.
Tem o privilégio de ouvir o doce cantar dos pássaros, de avistar o verde por todo lado que olha, mas também tem que conviver com saruês e cobras venenosas.
(Foto da Autora)