A ARTE DE CONVIVER



Logo pela manhã recebo a notícia que o netinho de uma estimada amiga, nasceu.
Ao pentear os cabelos em frente ao espelho, pensei: Ciclos que se fecham, outros que começam.
Os filhos crescidos, a roda da vida caminha para os netos.
E como deve ser doce a vinda de um netinho, amor igual ou maior, diz quem já os tem, do que devotado aos filhos.

Feliz  pelo nascimento do Lorenzo, fiquei pensando como as Leis Maiores, comandam tudo com harmonia e equilíbrio.
Para nascer precisamos da junção de dois seres, não há fecundação de óvulo com óvulo, ou de espermatozóide com espermatozóide.
Chegamos ao mundo, de uma maneira geral, acolhidos por duas pessoas. Isso mostra como somos seres gregários, como necessitamos de estar entre as pessoas.
Na natureza, o filho do homem, é o mais dependente de todos os seres vivos.
Em minha infância,  vi um bezerro nascer, e bastou pouco tempo, para ele ficar em pé, e sair andando.
Nós os ditos humanos, demoramos pra ganhar a independência dos cuidados maternos.

Creio que seja dessa forma, porque precisamos aprender a conviver. Então nascemos tão dependentes assim.
Já escreveu Mário Quintana: "A arte de viver é simplemente a arte de conviver....simplesmente, disse eu? Mas como é difícil".
Crescemos, e ganhamos independência, para quase tudo. Porém uma necessidade persiste, a de nos mantermos conectados uns com os outros. 
Um ser humano isolado, segregado, vira um iceberg, pouco doa de si, e pouco recebe do outro. E essa troca é que alimenta a vida.

Não há dúvida, que nosso mundo interior, é o que temos de mais precioso, e cultiva-lo com bons sentimentos,  faz de nós, nossa melhor companhia.
Porém, independente de termos prazer na convivência conosco mesmo, não somos ilhas, e nem donos de competências superiores, que nos torne capaz de permanecer isolado.

Faz bem ao coração, reconhecer em meio a multidão, o rosto de alguém conhecido.
A voz suave de um amigo na hora da dor.
A mão delicada de um parente em momento de angústia.
O sorriso alegre de pessoas queridas em momento de festa.
O outro em nossa vida, é como o sol para a terra. 
Traz calor, brilho e beleza. 

Preservar nossa intimidade e individualidade, apreciar nossa companhia, denota amadurecimento emocioanal. Assim como apreciar a companhia das pessoas de uma maneira geral, demonstra nossa maturidade na arte de conviver.





(Foto da autora)



Lenapena
Enviado por Lenapena em 24/11/2011
Reeditado em 25/11/2011
Código do texto: T3354117