FILOSOSFIA DO CAFÉ
 
                        Para amiga Milla Pereira
 
        Não vou falar aqui dos benefícios ou malefícios do café. Quero falar sobre seu perfume quando invade o ambiente, das recordações que ele traz. Ele reúne os amigos, participa dos negócios, encerra um almoço de domingo, guarda bons momentos na memória olfativa – como às vezes em que eu ia comprar café moído na hora na padaria, por exemplo. Tem cheiro de fazenda, interior. Das tardes chuvosas de São Paulo. Lembro-me das manhãs, quando menino, em que minha mãe fazia a bebida. Às vezes fazia um cuscuz de milharina, ou cozinhava batata-doce, inhame ou cará, e comíamos com manteiga. Ou mesmo às noites em que minha tia chegava e ficávamos madrugada adentro conversando sobres suas memórias quando meninas, e dos momentos atuais também. Muitos devem ter sua história ao inalar o cheiro do café. As minhas recordações são dos domingos de manhã. Lembro-me também das tardes com meus primos.
 
        Com minha prima fui ao MC’café. Com minha irmã fui à Ofner. Com meu primo fui ao Fran’s Café. Com um amigo e médico Café Floresta. Com a Milla na padaria Santa Ifigênia, na Benjamim Abraão e na Bela Paulista – porém nossa padaria mesmo é  a Santa Ifigênia. Com a família – que compreende meu sobrinho, meu cunhado, minha irmã e meu sobrinho – na Canaã. Enfim tantas manhãs e tantas tertúlias que esse aroma traz...
 
22/11/11
Gonçalves Reis
Enviado por Gonçalves Reis em 23/11/2011
Reeditado em 23/11/2011
Código do texto: T3352829
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