Genro e sogro: de consumidor a fornecedor
A primeira das três filhas começou a namorar.
Inconformado, Pedro não tinha outro assunto com os amigos senão reclamar da novidade:
-Sorte sua a Marcelinha ainda não ter idade para namorar. É duro ver um marmanjo abraçando e beijando a filha da gente.
-Marcelinha tá pequena ainda, vai demorar um pouco, eu espero! Imagino sua situação! Deve ser duro sim. Mas você se lembra quando éramos marmanjos daquela idade? A melhor coisa que existia era ficar abraçando, beijando e fazendo “ otras cositas más” com a filha dos outros.
-Se me lembro. Tempinho bom, aquele!
-Toda mulher tem um pai, meu amigo! A sua, a minha...
-Isso é verdade!
-Pois é, nós não temos direito de reclamar. O tempo passa, e é como no modelo capitalista, apenas trocamos de função.
- Trocamos de função? Não estou te entendendo!
-É! Antes éramos consumidores, agora somos fornecedores! - concluiu a frase rindo.
Pedro refletiu sobre as palavras do amigo, e em seguida não teve outra saída, a não ser acompanhá-lo na risada!
(Diálogo real ocorrido recentemente entre meu irmão e um amigo da família)