Genro e sogro: de consumidor a fornecedor

A primeira das três filhas começou a namorar.

Inconformado, Pedro não tinha outro assunto com os amigos senão reclamar da novidade:

-Sorte sua a Marcelinha ainda não ter idade para namorar. É duro ver um marmanjo abraçando e beijando a filha da gente.

-Marcelinha tá pequena ainda, vai demorar um pouco, eu espero! Imagino sua situação! Deve ser duro sim. Mas você se lembra quando éramos marmanjos daquela idade? A melhor coisa que existia era ficar abraçando, beijando e fazendo “ otras cositas más” com a filha dos outros.

-Se me lembro. Tempinho bom, aquele!

-Toda mulher tem um pai, meu amigo! A sua, a minha...

-Isso é verdade!

-Pois é, nós não temos direito de reclamar. O tempo passa, e é como no modelo capitalista, apenas trocamos de função.

- Trocamos de função? Não estou te entendendo!

-É! Antes éramos consumidores, agora somos fornecedores! - concluiu a frase rindo.

Pedro refletiu sobre as palavras do amigo, e em seguida não teve outra saída, a não ser acompanhá-lo na risada!

(Diálogo real ocorrido recentemente entre meu irmão e um amigo da família)

Meire Boni
Enviado por Meire Boni em 23/11/2011
Reeditado em 24/11/2011
Código do texto: T3351416
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