Mãe é um saco!...
Desde cedo agente é pego pelo pé,
Corrigem-nos quando estamos errados,
Muda o rumo das nossas vidas.
Tem mania de limpeza,
Corta nossas unhas no tronco,
Vira e reviras nossas orelhas para tirar as sujeiras.
Não nos deixam sequer sair amassado,
Meias furadas, botões soltos!?
Nem pensar!
Cabelos despenteados?...
Só se ela não perceber!
O que é já pedir muito.
Mas se você quer um vê inferno mesmo,
Apareça em casa com piolho!
Ai meu caro! Ela mesma raspa a tua cabeça
e mete neocide (para quem não sabe e um velho veneno da Bayer)
em pó e ainda coloca aquele lenço de vual
Estampado e muito colorido que foi da tua avó...
Doenças?... Gripe, caxumba ou papeira, sarampo ou catapora, pode ser um simples funga-funga...
Você não tem direito de rechaçar seus cuidados e que com certeza serão dobrados e às vezes redobrados...
Aplica logo uma vitamina "c" e cama, afastam de todos os teus amigos para evitar que te tragam bactérias ou vírus navegantes...
Não esquece nada...
Ta sempre se lembrando disto e daquilo que esquecemos.
Faz-nos mastigar de boca fechada, nos proíbem-nos de responder desrespeitosamente os mais velhos.
Dormir cedo para levantar cedo...
Como são cruéis!
Principalmente nas segundas-feiras nos faz vê que a semana começou e a rotina também...
Preguiça vira múmia nas mãos dela, ela mesma se encarrega
De enfaixá-la e deixá-la uma múmia paralítica...
Rotina...
A rotina é conferida por um apontador austero como segue:
- Arrumar a cama antes de qualquer coisa
- Banho para despertar e afastar a preguiça e de preferência frio para não pegar resfriado ao sair na rua...
- Escovar os dentes antes e depois das refeições.
- Café da manhã acompanhado de frutas e vitaminas para manutenção e reposição diária dos sais minerais.
- Uma rápida passada na indumentária escolar além de comparar o lustre de cada pé do sapato.
- Checando horários e deveres escolares para assim autorizar a saída
- Acompanhando até o ponto do ônibus e recomendando o motorista o ponto onde se deve saltar (como se ele já não soubesse).
- E por fim, lá está ela do outro lado da rua em pleno sol de meio dia acenando descompensada para que o ônibus (infeliz do motorista) não passe com o seu filho do ponto...
Fase adulta...
Na fase adulta do seu rebento muda tudo...
Qual nada! Quase nada, faz pouca diferença ou até parece pior...
Primeiro que já temos nossas convicções, o que de nada vale pra ela.
Imperialista, matriarcal, dominadora desde os tempos idos, nos impigem com uma capacidade incrível de influenciar o nosso dia a dia...
E quando pinta a sua primeira desafeta...
Mulher!? Igual a ela!?...
Ai o bicho pega!
Não vislumbra em sua rival e arquiinimiga
Perigosamente e pretensa e futura nora... Qualidade para que possa confiar-lhe algo E ou alguém a qual ela o tempo toda foi Vigilante e severa guardião
Dos bons costumes e conservadorissima de seus dogmas e de suas crenças religiosas...
Quem é esta rélis mortal, capaz de abalar seu trono e o seu inabalável domínio de área espaço e tempo...
Não interessa!
E se quer avalia o nosso interesse a alguém que possa vir com ela dividir este seu patrimônio de carne osso e sentimento...
Egoísta, voluntariosa, perspicaz.
Capaz de encontrar em seus meandros desvios que por ventura ou uma fragilidade de sua desafeta possa lhe dar rumos e interesse em outro endividou que não seja aquele que lhe pertence desde o ato fecundatório...
Ficamos à mercê de sua escolha, nas maiorias das vezes nos chega alguém previamente avalizada e avaliada por ela sem o nosso conhecimento, que fragilizados e inseguros agarramo-nos a primeira que aparece sob o ar da sua graça...
Fase comum...
Mãe não é só isto...
Mãe é tudo que não conseguimos ser...
E que amamos acima de tudo e de todos...
A sua não é diferente!...
Só muda de endereço...
A minha não troco por dez!
E a sua vale muito mais que cem...
Acho que foi a mãe quem inventou a linha reta.
E Assim com ela retifica os filhos...
Mãe é um saco de coisas divinas...
Deus a criou assim...
Mãe fervorosa, piedosa, e cheia de graça
Mãe é um ser maravilhoso
Ate Cristo teve a dele...
E Ele também pensou assim!
E quem eu sou para não dizer
Milhões de vezes na vida... Amo-te mãe querida!
Francisco Rangel.
Rio de Janeiro 16 de maio de 2000