PRONTO PARA O FIM DO MUNDO ("Uma pessoa continua a trabalhar porque o trabalho é uma forma de diversão. Mas temos de ter cuidado para não deixarmos a diversão tornar-se demasiado penosa." Friedrich Nietzsche)
Não sou professor reprovador, mas para ensinar. Como meus alunos se protegem exageradamente da reprovação, erram o alvo e são promovidos, assim mesmo, sem o aprendizado necessário. Tudo vira farra! Porém as estatística são mais sérias!
O parasita se adapta às mudanças do hospedeiro. Eu sou o parasita comendo às custas deles, afinal sem os alunos, sequer tem professor e nem a tal escola! É o que dizem, e eu acredito piamente! Por que um hospedeiro prejudicaria seu parasita e vice-versa? Somos companheiros mutualistas! "Manda quem pode, obedece quem tem juízo".
Temos de suportar alunos sem escrúpulo! Eles têm o atrevimento de bisbilhotar as entranhas e intimidades da vida do professor. Perguntam-me sempre: Por que não tenho filhos; Nem mesmo tenho esposa; como vivo; quanto ganho; se ainda "dou no coro". Por isso, eles riem, debocham e "brincam" comigo. Tudo é normal quando sou eu o palhaço sabatinado. Mas... eles são sensíveis demais, ofendem-se facilmente. E a escola insiste em perguntar-lhes o motivo da falta no dia anterior! Mais uma vez é o professor fazendo o papel de palhaço com o diário de chamada na mão procurando o número de código do motivo que combina. "Quem fala o que quer, escuta o que não quer"! E eles falam-me asneiras mil!
Numa dessas investidas, eu respondi àquela classe de segundo ano, que de forma nenhuma estava casado e, quando quisesse um filho, iria alugar uma barriga, pois já tinha três mil reais, em uma poupança, a esse fim. Então, Ali, uma tal aluna, mãe de família, se candidatou pronta e voluntariamente, essa que, perante toda a classe vivia exibindo seus dotes progenitores, com uma certa apreciação da maioria, mas dessa vez, tampouco pôde impedir os colegas presentes de lhe zoar em fortes zombarias, e a classificaram vulgar. No calor do burburinho, também falei do meu desejo de trocar a faxineira e, pagava muito bem por um serviço completo, ela, não percebendo a ambiguidade maliciosa e intencional, também se interessou, foi quando enfatizei sobre o termo: "serviço completo" incluindo a massagem no patrão, PARA SUPORTAR O ESTRESSE DE PROFESSOR. O meu tom zombeteiro deixava claro que tudo aquilo era uma brincadeira à moda deles, porém, nesse instante, ela, bipolar, se ofendeu e me denunciou à direção do colégio, esta, por sua vez, aplicou-me mais uma penalidade de duas faces carrancudas. Porque também o "dono" da moça me xingou e me ameaçou pela Facebook. Depois disso, nem precisará outra lição, basta essa, serei mais sério com meus alunos, assim jamais continuarei assinado relatórios de advertência que ficará nos "anais" da história do colégio, para meu descrédito. Você achou pouco?! Eles não têm penalidade alguma por dizerem coisas piores a meu respeito. Tipo: ameaça de morte, difamação, xingamentos, injúrias, calúnias e escárnios: malfazejos mil.
Portanto, com toda a classe, eu anuncio meu anseio pelo o ameaçador "Fim do mundo", ou melhor, o fim dessas metodologias educacionais passíveis de desrespeito. No céu ou no inferno, terei outro tipo de aluno, e apesar da idade serei uma nova pessoa, ou apenas diferente, talvez o "bobo alegre" de então será o taciturno doravante, se der tempo, é claro, e se os ameaçadores não me matarem antes. Conheci um professor assim no IEG, foi professor de minha esposa, no magistério (1999); parecia-me ter o respeito dos alunos, apesar de nem conhecer a sua dor, porém qualquer dor é melhor que esta, quero ser semelhante com os de sucesso. Adotarei a postura do fim do mundo ou apenas o fim de meu mundo. A certeza mais dolorida é que a vaca aflita ao matadouro sente cheiro de sangue fresco, mas sem retorno. Estou cansado de ser o centro das acusações. APAGUEM-ME, porém nunca DESSE JEITO, ASSIM, DÓI EM VOCÊS TAMBÉM! Quem morre sem reagir não ama a vida!