NATAL APRESSADO.


O mês de dezembro está chegando. Na minha infância, tinha a impressão que ele nunca chegava, e agora parece que vem depressa demais.
Lembro-me que, meu pai trazia o pinheiro cheiroso e verdinho, cortado na hora, morávamos numa reserva florestal, repleta de pinheiros, então o que nunca faltava nessa época era a árvore de natal.
Os enfeites não eram tão fartos como hoje, ao menos lá na vila. Então minha mãe com suas habilidosas mãos, tecia lindos bichinhos de crochê, bem coloridos, e junto com as bolas de natal,  enfeitava nossa árvore. 
Meu pai escolhia um pinheiro enorme, que batia no teto da sala de jantar, e olha que o teto da casa de minha avó era alto, próprio das casas antigas.
Para imitar neve, herança de sua origem européia, minha vó passava algodão nos galhos da árvore. E na noite de natal, ela deixava cada um de seus netos, ir acendendo as velinhas de cêra na cor azul e vermelho, que eram colocadas nos galhos do pinheiro.
A árvore, ficava linda de viver.
Até hoje, me emociono quando me vem a lembrança a imagem daquele pinheiro de natal, enfeitado com tanto capricho por minha vó Carmela, demonstrando assim o carinho que ela nutria por toda sua família.

Hoje, o natal vem se antecipando demais, principalmente por aqui, em nosso país.
Levei um susto quando em começo de novembro, desembarquei no aeroporto vindo de viagem, e comecei a ver enfeites de natal por toda parte.
Antigamente a árvore era montada no mês de dezembro, e desmontada invariavelmente no dia de Reis, seis de janeiro.
Acho que essa antecipação faz perder um pouco da graça, até o natal os enfeites vão se tornando enfadonhos.
Mas, vamos lá, atender aos novos e modernos tempos.
 
O importante mesmo é que não nos esqueçamos a importância real que a data tem.
Se ela contribuir para acordar em nós valores nobres, teremos entrado no que chamam de espírito de natal.
Essa é uma época em que as entidades assistências, como orfanatos, asilos, hospitais, pedem aos seus voluntários para montarem sacolas repletas de presentes como: roupas, brinquedos, calçados, guloseimas. 
Para depois presentearem com elas, às crianças, idosos, ou pacientes.
Quando saio a distribui-las entre os amigos e conhecidos, fico sempre feliz, com a boa vontade e alegria que demostram, ao encher de pacotes coloridos, cada sacola que pegam pra fazer.

Creio ser esse o verdadeiro espírito de natal.
Enfeitar a casa, comprar presentes para a família, repletar a mesa de iguarias para a ceia de natal, pode até fazer parte, mais não deveria ser a única e nem a mais importante das intenções dessa data.
Pois, ela tem como aniversariante ELE, que veio ao mundo, ensinar justamente a lei de AMOR ao nosso Semelhante.



(foto da Autora)

Lenapena
Enviado por Lenapena em 22/11/2011
Reeditado em 22/11/2011
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