Pare o Mundo
No meio da aula, notei o pôr-do-sol pelo canto do olho. Vaidoso, o astro-rei queria roubar a minha atenção, mas, gentilmente recusei o convite, sou profissional, meu estudante naquele momento era mais importante que o sol.
Tempo depois, quando a aula acabou, ainda havia vestígios do sol no céu, que virara uma tela das mais belas com cores variadas que lembravam uma pintura moderna com traços e cores se juntando querendo dizer algo que eu não sabia bem o que era, porém, era lindo demais; então eu parei o mundo, esqueci a correria, joguei água na fogueira do stress e deixei-me levar pelo céu e pela canção em cores que o céu cantava.
Sim, havia uma canção em cores. O azul era som de harpa, o cinza-tambor marcava a melodia, em que o vermelho-violão convidava para uma dança; a dança do crepúsculo e eu ali, feito menino vendo sentido em tudo.
Observando aquele espetáculo me dei conta que perdemos esses momentos de conexão com algo Maior o tempo todo. Estamos tão arrematados com as coisas da matéria que não nos permitimos sentir o que a natureza quer nos dizer.
Tudo ao nosso redor convida a reflexão e isso não é religião, pregação ou qualquer obrigação que você tenha que fazer, isso é apenas um lembrete, uma meditação natural que não passa de um convite para que você pare o mundo um pouquinho e o tenha só para você.