Criando Hábitos

Somos completamente desorganizados. Desde a mesa do escritório ao horário em que nos alimentamos, passando pelos nossos guarda-roupas e bolsas, é um milagre que consigamos achar algo ou trabalhar bem. Há excessões, é claro, mas a grande maioria navega em meio a bagunça sem bússola. Alguns ainda tentam se arrumar, tentando achar alguma ordem na bagunça. É nessa jornada, entre a toalha molhada na cama e a gaveta cheia de papelada, que observo como a criação de um filho faz com que compreendemos esse nosso vício.

Jureminha tem horário para dormir e levantar. Chora quando sente fome ou está com sono; se está meio irritada, é hora de trocar as fraldas. Simples assim! Se fizermos tudo direitinho e seguirmos os seus horários com a devida organização, ela dorme a noite toda. Porém, basta uma pequena derrapada nossa no horário de lhe dar a mamadeira ou de colocar ela para dormir, para que o paraíso do bebê perfeito se vá: ela acorda no meio da noite; chora sem aparente motivo; fica irritada com tudo ao redor dela.

Nada que a volta à rotina não arrume, mas fico, às vezes, preocupado com a maneira que, volta e meia, tentamos passar para ela, a nossa rotina de bagunça. Consolo-me com o fato que estou atento a isso, mas ao mesmo tempo, fico alerta, pois assim como tentamos bagunçar com a rotina dela, não quero passar para a minha filha, outros mal-hábitos que talvez eu nem saiba que tenha e acabará ficando como herança. Definitivamente, não é fácil ser criança...