Aniversário de uma “prima”
Ás 21h do dia 29 de Outubro de 2011 dou entrada num aniversário de uma prima cujo nome ainda é uma incógnita. Sei apenas que é rica, e que vai fazer 15 anos. Mal acabo de entrar dou logo de caras com um fotógrafo que me agarra pelo braço e me joga junto de uma bela garota - minha prima? Deve ser... Luiza, esse é seu nome...; uma foto gigante dela ilustra a sala de entrada, e o nome é anunciado pelo DJ de serviço. Olhando-a dos pés á cabeça noto pelo seu traje o quanto a ostentação lhe atrai: sapatos altos, bem altos - faziam dela uma estátua gigante; um vestido rosa, bem rosa - faziam dela uma bela flor. Uma foto, pobre foto - faziam dele um estranho.
- Esse sou eu, uma nuvem escura e alta que pousa ao lado da anfitriã sem nunca a ter visto nem mais gorda nem mais magra. Que crueldade - pensei no imediato! Que faço eu aqui? Por que fui convidado? É um pouco ou tanto estranho, para não dizer atípico. Ao longo de três anos nunca se interessaram por mim, logo agora que minha vida parece andar pra frente é que as corujas decidem convidar o Zé ninguém. Ou eu estou enganado ou então aqui há mistério. Não acredito que as pessoas possam mudar de um dia para o outro, a não ser que tenham perdido a fé no dinheiro, caso contrário, elas trazem água no bico. E não falta muito para descobrir as razões que me trouxeram até aqui. Alguns de vós podeis estar achando que eu sou um anti-rico, de maneira alguma, apenas sou contra a hipocrisia, e neste caso ela reina. {A garota não tem culpa de nada}, ela é apenas a semente boa de uma mãe ruim. Espero que ela tome o caminho certo, mesmo pertencendo a uma família de gente tão mesquinha, capaz de convidar um primo (segundo grau) pelo simples motivo de ele servir de motorista para seu tio adoentado.
- Ouviram bem, eu fui convidado com o único intuito de carregar meu tio ás costas, que depois de ter sido hospitalizado está impossibilitado de dirigir. Se ele fosse pobre, provavelmente se esqueceriam dele, como tantas vezes fizeram com outros. Mas como meu tio aparenta ser rico, mesmo que seja uma riqueza de boca, então é preciso agradar ao velho para que este não se esqueça de suas queridas sobrinhas que tanto o amam! Agora eu pergunto: onde andaram elas todos estes anos que meu tio se contorceu com dores? É preciso que o homem veja a morte á frente dos olhos para virar a “rainha” da colméia? Pois bem, enquanto tiver mel meu tio será o centro das atenções, no dia em que ele perder o que lhe pertence, então... podem apostar que vai levar um grande pontapé naquela bunda gorda. E olhando bem... ele merece isso, ele sempre se coloca a jeito.
- Não tenho pena dele, cada um escolhe a forma de se auto-mutilar. Do aniversário retive a comida, enchi a pança, em homenagem ao nosso querido Sancho Pança.
Se estou chateado? Que nada, comi para três dias...