A Ostentação do mais caro

Um colega liga no celular para comunicar o grande negócio que havia feito.

- Comprei um carro novo, 0 km, completo- ele diz entusiasmado.

- Parabéns! Mas e ai de quanto foi este negócio? – cumprimento

- Cinquenta mil, parcelei em 48 vezes, vai sair baratinho.

- Mas e o seu antigo carro

- Vendi

- Por quanto?- Pergunto imaginando em um valor alto, pois além do carro deste não estar em mal estado, para se gastar uma exorbitância dessas deve se ter faturado muito na venda do outro.

- Nove mil

Fico surpreso, o valor não é nem a metade do preço. Semana que vem o mesmo automóvel que ele adquiriu estava pela metade do preço. Mas não é apenas o valor dos automóveis que estão caindo, é tudo em um geral, estamos vivendo em uma época boa para novas aquisições o segredo é saber esperar. Porém ainda existem uns e outros que teimam em jogar dinheiro for, preferem pagar mais apenas para a ostentação do mais caro, do que para a verdadeira satisfação.

Nossa sociedade está cada vez mais se comportando dessa maneira, basta uma oportunidade que já estamos todos estourando os cartões de crédito, os cheques entre outros. Tudo por um simples objetivo ostentar o mais caro.

Até eu entrei nessa de gastar além do necessário. No supermercado, anuncia uma televisão novinha LCD última geração. Eu que sou fissurado em tv, não resisti, levei. Agora para pagar é o x da questão, é um sacríficio mês a mês.

Hoje vejo que a tv que tinha antes não era tão ruim assim, não havia extrema necessidade para tamanha compra.

Muitos acabam chegando à mesma conclusão, porém só nos damos conta da besteira realizada, após o pagamento da primeira mensalidade, quando já é tarde, pode notar, de início o negócio parece a última maravilha depois um pesadelo, tudo isso para a ostentação de um luxo.

Concordo muitas vezes a ostentação do luxo se faz necessária, porém temos de encontrar o verdadeiro momento para realizar tal ato. Nesses casos é que uso o ditado de uma professora minha se faz presente:

- Muitas vezes, existem pessoas que mostram ter tanto, mas na realidade estão devendo até as roupas de baixo que estão usando.

Acabamos por nos descontrolar, somos vítimas das pegadinhas publicitárias. Além do que também nos preocupamos muito com a imagem que aparentamos aos outros, como o que mostramos ser, possuir, mas não com o que somos.

Termino esta crônica mais uma vez com o ditado de que a verdadeira felicidade, encontramos apenas dentro de nós mesmos e não no alheio. Alguns leitores devem até estar dizendo, este cronista diz sempre a mesma coisa a respeito da felicidade ser encontrada dentro de si. Mas explico tudo pelo seguinte: Friso este tema pelo meu inconformismo de como os seres humanos ostentam cada vez mais o lucro, do que sentimentos tão puros, como o amor e a alegria nas pequenas coisas.

Vinícius Bernardes
Enviado por Vinícius Bernardes em 20/11/2011
Código do texto: T3346269
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