II - APOLLO  -Além Da Grécia -


 
Por anos ficamos sem cachorro algum.  Por mais que meus filhos pedissem eu  estava irredutível.  Não possuia tempo e nem paciência para cuidar de um animalzinho como ele deveria ser cuidado.  

Porém o destino conspirou a favor da historia canina. Um dia, devido ao cansaço, meu caçula esqueceu-se de guardar a bicicleta, deixando-a na garagem.  Ouvimos um barulho de madrugada, mas não demos importância. Quando acordamos a bicicleta havia sido roubada. Meu filho ficou muito triste, pois era de um modelo especial da Caloy que dificilmente teria outra.

Ficamos imaginando a artimanha do ladrão para tirar a bicicleta dali, já que  a casa era rodeada por um muro de três metros de altura. Preocupamos-nos. Assim instalamos um sistema de câmera no portão, só para intimidar. Dias depois roubaram a fiação dela e na semana seguinte roubaram a própria câmera.
 
Ficamos perplexos e colocamos uma placa no muro de casa: “Cuidado cão bravo”. E não é que até a placa foi roubada. A casa ficava perto de uma escola e os alunos aprontavam durante o percurso, só por gozação.


Devido a todos estes contratempos concordei em comprarmos um cachorro.  Para completar eu havia contraído uma enfermidade que me tirou parte do olfato, facilitando a aquisição do cão.

O s meninos pesquisaram na internet. O tal teria que seguir os padrões estabelecidos por mim, além de guardar a casa: Tinha que aparentar braveza, porém ser dócil, não ser traiçoeiro, de fácil treinamento, brincalhão, não ser babão, não ter cheiro forte. A raça identificada foi Pastor Suíço.  Um cão parente do pastor alemão só que branco.

Somente dois canis dispunham do cão. Um do Rio de Janeiro e um de São Paulo. Por sorte o de São Paulo ficava só a vinte minutos de casa.

Meu primogênito foi até o canil e verificou. Havia uma fêmea chamada Jade que tinha dado a luz a três filhotes. O pai dos cachorros também estava lá, chamado Zeus, devido a seu tamanho:  enorme e imponente.

Tudo conferido, inclusive o registro do pedigree.  Meu filho retornou ao canil, em outro dia, comigo para que eu mesma escolhesse o cachorro. Assim eles não teriam problemas, afinal seria o que eu escolhera.

Enquanto meu filho tratava com o dono do canil toda transação financeira, eu observava os filhotes.  Todos eram lindos. Pareciam flocos de neve, bem branquinhos. Dois detonavam tudo que estivesse pela frente e um ficava deitado em sua cama só olhando, bem solitário. Foi este que escolhi. Quando o peguei de sua cama o pai do cachorrinho ficou me rodeando como se dissesse: “Devolva meu filho”. Fiquei  morrendo de dó de separar a família, mas se não fosse por nós seria por outra pessoa.

O cachorro já veio com nome registrado em seu pedigree: Apollo Friederich.  Apollo, por ser um deus protetor da mitologia Grega e Friederich era o nome do canil onde nasceu. 

Salve o Apollo.

Sou apaixonada por este cão. E quem não seria? Leia os próximos textos e verá que até vc se apaixonaria por Apollo.



Continuação:

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Sandra Ribeiro SP
Enviado por Sandra Ribeiro SP em 19/11/2011
Reeditado em 06/11/2012
Código do texto: T3345043
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