MUDANÇAS
Tempo estranho. Não mais identificamos as estações que não se definem mais. Calor escaldante, chuva, frio, tudo no mesmo dia. Céu limpo e em poucos minutos vem uma chuva torrencial e não raro destruidora. Tempo nublado, relâmpagos, trovões e nos preparamos para uma temporada de chuva e em poucos minutos o céu está limpo e o sol volta a queimar.
Calor que nos queima por fora e por dentro. Chuva que chega de repente como alívio ou terror ao mesmo tempo misturando tudo. Frio a nos sacudir, esfriando o corpo e as entranhas. Neve onde nunca faz frio, enchentes catastróficas onde raramente chove e secas massacrantes em regiões com altos níveis pluviométricos. Geleiras milenares se derretendo, terremotos seguidos de maremotos devastadores como ocorreu no Japão com acidentes nucleares. Tudo pavoroso e num curto espaço de tempo, choques.
Informações das culturas evoluídas da Europa, da América do Norte, com estabilidade econômica, o padrão de vida de causar inveja ao resto do mundo. Para eles é o resto mesmo. De repente países invejáveis se tornam alvos de temores para os visinhos e “o resto do mundo”. Estão quebrados e quebrando os outros num efeito dominó. A população revolta e quebra tudo e a polícia espanca, prende e expõem ao mundo cenas de terror dignas do “resto do mundo” e não dos “países civilizados”.
As mudanças são muito bruscas não dando tempo para assimilar como ocorriam outro dia. O remédio tem sido outra notícia logo a seguir pior que a anterior que nos desvia o foco.
Do mesmo modo ocorre com os políticos administradores do nosso País. Cada dia aparece um mais sem vergonha do que o anterior, com desculpas mentirosas querendo esconder suas trapalhadas e convencer que são as pessoas mais dignas, mais corretas, mais honestas, mais competentes... Verdadeiras vítimas. Emporcalham na imundice da corrupção, policiais e os outrora respeitadíssimos e totalmente fora de qualquer questionamento quanto à lisura dos atos e da conduta, os homens das leis, juízes, promotores e todos os serventuários da cega justiça que, aliás, precisa abrir os olhos.
Mudanças... Mas existem duas certezas incontestáveis: “As coisas mudam e a gente morre”.
Divinópolis, 18-11-2011