Crônica #086: ACORDEMOS ENQUANTO HÁ TEMPO!

Apreciava a natureza, num olhar de pássaro, a bordo do voo 6124, com destino a Brasília.

Quanta beleza podemos explorar desse ponto de observação! Estratos, cúmulos e nimbos a esculpir as mais belas obras primas a flutuar no espaço. De minha janelinha discreta, observava a imensa maquete abaixo de nós: rios, represas, cidades, montes, planaltos, serras e vales num deslizar flutuante de raro esplendor.

Enquanto louvava a Deus por tão belo espetáculo, algo mexeu profundamente com o meu interior. Eram clareras e mais clareras. Nos chapadores, áreas descomunais totalmente desmatadas, com apenas umas duas a cinco casas, às vezes nenhuma. Que coisa mais absurda! Como podem desmatar tanto assim? Daqui a pouco não sobrará nem flora nem fauna no cerrado. E isso ia se agravando mais e mais à medida que nos aproximávamos do nosso destino. Àreas que eu suponho, pelo tamanho, maiores que uma ou duas cidades grande. Um verdadeiro absurdo!

Enormes áreas perfeitamente circulares me chamaram a atenção pelo exatidão como eram dispostas. Algumas delas pareciam os círculos do símbolo dos jogos olímpico, como se fossem traçados com um gigantesco compasso. Notei mais adiante se tratar de um sistemático desmate. Primeiro, faziam o perímetro do círculo. Depois, abriam uma estrada à semelhança de um raio de circumferência. E, do centro para fora, iam desmatando até se tornar uma área totalmente escalvada. É de fazer sangrar o coração de qualquer pessoa que tenha o mínimo de consciência ecológica.

Lembro-me com revolta, de um fiscal da SEMACE que ameaçou de prisão e processo um simples camponês que tentava retirar uma vara de um bambuzal para mim. Porque será que uma vara é tão mais importante do que centena de centenas de acres de matas virgens que estão a sumir como um simples passe de maldita mágica dos grileiros que assolam essa nação? Sei não! É simplemente revoltante.

Depois querem culpar Deus quando as grandes catástrofes lhes sobrevêm como prêmio programado por sua própria insensatez. Precisamos acordar e ser mais gente; mais humanos; mais previdentes e menos egoístas, menos capitalistas embrutecidos pela voraz ganância de sempre ter, mais e mais, menos viver ao custo de nossa própria sobrevivência, se não a nossa, certamente de nossos descendentes.

Sejamos menos imediatistas e mais cosncientes e prevenidos.

Deus tenha misericórdia de nós e que acordemos enquanto há tempo de revertermos ou remediarmos essa situação qy=ue só tende a se agravar mais e mais.

Alelos Esmeraldinus
Enviado por Alelos Esmeraldinus em 18/11/2011
Reeditado em 19/11/2011
Código do texto: T3342404
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