HÁ DIAS QUE SE TEM FOME DE DOCE...
Há os que, parece se está estacionado diante do farol, entre o vermelho e o amarelo, na indiferença, pouco importa que o verde enseje passagem ou que os ruídos estejam ditando todos os impropérios, para cujos quais antenas mentais, aleatoriamente, se voltam no desejo, autômato, de sintonizar os que são desconhecidos;
Dias em que as dores lombares, e as não bem definidas, nada mais são que traduções, uníssonas, das insatisfações, das decepções, em suma, de todas as mazelas em que se está submetido;
Também há sábados, domingos, feriados e dias santos que são facilmente confundidos, porque têm cara de dia útil;
Existem aqueles faltos de entusiasmo, como se resumisse todas as ausências, e, todas as saudades se revelassem de uma só vez;
Outros em que transtornado se tem os pensamentos, e, assim, o passado se faz presente afastando o futuro, empalidecendo a esperança, desde sempre distante;
Há dias em que se tem fome de doce, como um anseio indefinido de se saciar o improvável, ou simplesmente, como única alternativa para se disfarçar o salobro das lágrimas!
E dias como o de hoje, que se apresentam como exclusividade...
Para o qual o tempo é realmente superior a todo limite fixado arbitrariamente, e as mentiras são, de todo, as verdades mais razoáveis;
Porquanto, são dias em que, a alma se acinzenta e coração se esconde e dói!