"Caipiragem Festiva"
Oi Gente,
Não... não se ofenda! Por favor! Caipiragem ou caipirada, tanto faz, é o termo da terra, usado normalmente de forma pejorativa. Não por mim... Magina! Essa coisa toda do caipira que fala de forma arrevesada, como se não soubesse nossa língua. Claro que sabe! Afinal de contas, em sua existência, precisa ele da troca, sempre tão salutar, com os outros habitantes do planeta, nessa convivência obrigada pela necessidade social e, mais ainda, pelo comércio. Bobagem essa coisa de chapéu de abas viradas, botas com ponteiras e esporas!Acessórios mais que necessários pras pessoas em seu habitat e rotinas normais. Como montar, pra ir daqui pra la e de la pra ca sem a indumentária adequada? Assim como não da pra freqüentar a noite de uma metrópole, por exemplo, sem seguir, pelo menos de longe, as ultimas tendências da moda. E o mais interessante Gente, o caipira deseja ao longo de sua vida como deseja em sua infância. Ou seja, qualquer obstáculo é resolvido em duas instancias: ou se é da família ou o chicote dá conta de fazer o animal entender a direção desejada. Meio primaria, parece, mais não é. Se olharmos de perto, com bastante atenção, seremos capazes de enxergar, alem das pulgas e carrapatos, a complexidade exigida por essas duas circunstancias. Já pensou, você ter arvores pra subir e fugir aos castigos? Isso não e tarefa fácil não. E digo por mim mesma, desajeitada que sempre fui, precisei de ajuda pra sair da estranha posição que me meti numa goiabeira. Primeira e única tentativa. Pois é, eu mesma com tantos livros lidos, dois escritos, não consegui me arranjar sozinha nos galhos de uma simples árvore. Imaginem, vocês mais experientes no assunto, o que seria de mim se tivesse que enfrentar animais e insetos pertinentes a este rico habitat? Iminaginável! Eu de botas? Montando? Com um chicote nas mãos pra me fazer entender? Não, definitivamente esses figurinos e cenários jamais me ficariam bem. E to falando disso tudo pra dar a vocês uma pequena mostra do quê o ambiente significa em nossa vida familiar, social e econômica. Muito diferente o nosso caipira do sujeito que nasce numa cidade como São Paulo. Gente, outra língua, ne messs.... E foi pensando nisso que abriu-se o Museu da Língua Portuguesa, nessa terça feira 21.03.Um lugar onde, através da língua, o sujeito tem os meios de perceber o tamanho do país em que moramos, a diversidade geográfica e, conseqüentemente de entendimento. Este Museu é um dos muitos lugares existentes no mundo, onde se pode, de fato, ter a idéia de que a realidade caipira, por exemplo, é uma entre muitas, inúmeras outras. O resto, é cunversa pra boi durmi....
Inté,
Divarrah