É a cara do Pai

Eu e um grupo de amigos estávamos na maternidade, o filho de outro amigo nosso havia nascido. Estávamos a observar os recém nascidos e supondo qual destes era o filho dele:

- Acho que é aquele- disse um

-Eu acho que é o outro veja só a cor dos olhos, é a mesma

- Mas pessoal e aquele lá olhe, o nariz é o mesmo

- E aquele outro parece até ter um bigodinho, é a cara dele.

No meio de tantas suposições entra na maternidade o filho do nosso colega. Ai um solta:

- É a cara do pai

Fiquei a observar a criança, e ela não parecia nem com o pai nem com a mãe, fiquei até a achar que a criança havia sido trocada ainda no próprio hospital, mas ao olhar as crianças ao redor todas pareciam ter a mesma cara, apenas os rostos mudavam de posição.

Voltei para casa e fiquei a pensar por que as pessoas têm o hábito de dizer:

- Nossa ele é a cara do Pai

Ou

- É a carinha da mãe

Para mim todo bebê tem cara de bebê, não a cara do pai ou a da mãe. A criança é um novo ser é a mistura das características do pai e da mãe, não uma cópia fiel a cada um deles. Se nem irmão gêmeo é igual ao outro, imagine um filho igual ao pai ou a mãe.

Além de tudo isso um recém nascido não possui as características totalmente formadas, apenas com o passar dos anos é possível identificar que parte ele recebeu de quem, em um bebê ainda não é perceptível a hereditariedade que bebê recebeu.

Pois é supor que a criança é a cara do pai ou da mãe é um costume popular, mas acho que seria melhor esperar a criança crescer e evoluir fisicamente para ir tirando conclusões e fazendo afirmações.

Vinícius Bernardes
Enviado por Vinícius Bernardes em 16/11/2011
Código do texto: T3339718
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