POLÍCIA PARA QUEM PRECISA... POLÍCIA PARA QUEM PRECISA DE POLÍCIA!

“Bichos, saiam dos lixos! Bichos escrotos, saiam dos esgotos!”

Titãs

Está de parabéns a atuação da polícia nas favelas cariocas. É justamente esse o papel da polícia: deve ela usar a truculência de suas atuações mais hostis só em casos intermediários e de urgência, nunca como um fim último a ser atingido. Pois cuidar da problemática social como um todo é função do governo e da sociedade civil em geral.

Ora, compele à administração pública encarregar alguém de poder desde que lhe seja dado o necessário preparo, pois ofertar o poder a alguém sem lhe dar o mínimo preparo, já é preparar esse alguém para oprimir. Mas é como disse certo dia o potiguar apresentador de TV, Jacson Damasceno: “os policiais hoje em dia não estão sendo treinados, e sim adestrados”. Eis aí a aberração.

Bom, o papel da polícia não é oprimir seu ninguém nem lugar algum, mas pacificar temporariamente um evento qualquer que esteja incomodando a paz pública ou gerando risco social, bem como lesando a vida e o patrimônio de alguém. Obviamente, com exata medida proporcional em suas atuações. Pois não tem lógica, por exemplo, um grupo de policiais vir a interromper a briga de dois indivíduos usando de desproporcional agressão para em seguida espancar os brigões. Porque se for essa a conduta dos policiais, melhor deixar os dois se engalfinharem e se agredirem. Uma vez que, numa situação como essa a polícia existe para salvaguardar a vida e a dignidade dos cidadãos, não flagelá-las mais ainda. Saibamos, o fim da polícia é sempre o de proteger, pois resolver problema social é função da administração local e estatal como fora dito. Mesmo assim, com as várias adversidades que rodeia o poder público e a onda de corrupção desenfreada de alguns idiotas que estão no poder e na polícia... mas que, frise-se, é minoria, porém muito bem armada de maldade e crueldade em detrimento da bondade, inocência e ingenuidade alheia, ainda assim boto fé não só nessas operações policiais nas favelas cariocas, como também na nossa polícia como instituição.

Entretanto, se o Estado não vier a promover e lutar a favor da inclusão social dos marginalizados; se não tivermos um poder judiciário capaz de atuar na punição de criminosos; não ser oferecido cadeias públicas dignas de se cumprir penas com como reza a legislação; se não acabar com a fonte de onde as drogas nascem, emergem e migram; assim como não serem ofertados serviços sociais básicos e de inclusão da saúde à educação, toda essa magnífica atividade da polícia militar e da secretaria de segurança pública do Rio de Janeiro não servirá senão como apenas mais um falso show de firula justiceira do JN e da Rede Globo.

Novamente lembremos, a polícia é só um órgão pacificador que deve agir intermediária e urgentemente. É estupidez achar que o BOPE resolverá o problema da criminalidade, narcotráfico e da violência nas favelas, enquanto na Brasília criminosos passeiam pra cima e pra baixo nem aí pra seu ninguém, embora sejam os responsáveis por todos os “alguéns”, e as pessoas particulares da sociedade civil vivem de braços cruzados, como única ânsia e projeto de vida conseguirem um emprego dê a oportunidade de chegar o fim de semana para irem à praia, tomarem pinga no boteco da esquina ou irem à barzinhos com “voz e violão” para ouvir o sertanejo universitário do Luan Santana. Enquanto isso esquecemos que, muito mais que matar a sede da nossa distração, precisamos na verdade, matar a nossa fome de verdade. Se é que temos esse tipo de apetite.

É uma vergonha, mas é uma verdade!