Princesa

A mulher do meu primo, Neto, me fez suspender minha "Serra Limpa" que prazerosamente degustava no saudoso "Brasil Oxente", para apanhá-lo no pátio no SEST/SENAT onde fazia um curso de especialização para o próprio negócio deles. Estava muito atarefada, justificou-se, apesar de já passar das 9 da noite. Meio a contra-gosto fui até o local. Vasculhei todo o pátio do estacionamento sem sair do carro e acabei por não encontrá-lo. Mal retornei a minha branquinha, surge ele, o meu primo, reclamando do descaso; que havia me visto passando perto dele e que me acenara e eu nada percebera; etc, etc... Mas que a raiva dele não era por este motivo; mas sim por um outro, sobre o qual não estava disposto a falar. De tanto insistir e após algumas latinhas (pra ele) e "dosinhas" (pra mim), acabou me contando que proximo ao local onde estava era um "ponto" de travetis. "E dai? Não vai me dizer que resolveste assumir teu lado mais sensivel", alfinetei. Ainda não era o motivo da ira, pois até simpatizava com a classe, apesar de hétero "convicto e juramentado"... Foi necessário mais umas duas latinhas para concluiu o relato. "Eu tava bem distante dos travestis mas mesmo assim, em um dado momento parou do meu lado um reluzente Ômega super-luxo GLS..." Titubeou e quase desistia de continuar. Insisti. "Tá bom. Mas sem gozação e num espalha pra ninguém". "Pode deixar, ninguém vai saber!", Mal contive o riso de maldade já formulado em meus projetos. "Pois então. O vidro negro foi baixando suavemente e mesmo com ele já todo abaixado, lá dentro continuava escuro. Daí uma mão enorme calçada numa luva de couro branco apareceu também com suavidade. Enquanto o dedo indicador me chamava com sensualidade uma voz cavernosa de homem dizia "Vamos princesa?"...