A DANÇA (da República) DAS CADEIRAS
Há datas cívicas, comemorativas, que nos obrigam a rever certos conceitos.
Na etimologia, a República que hoje comemoramos, infelizmente não é a que desfrutamos.
"Res Pública"= "coisa pública". É o que deveria ser...mas não é.
Ou "COISA PÚBLICA" seria algo que todo político põe a mão?
Todavia, conceitualmente estamos pior ainda.
No dicionário, uma República "de verdade" significa a forma de governo em que o Estado se constitui de modo a atender o interesse geral dos cidadãos, a formatação de governo " na qual o povo é soberano, governando o Estado por meio de representantes investidos nas suas funções em poderes distintos."
O que estaria acontecendo conosco, hein? Por que temos a teoria totalmente desvinculada da prática?
Em meio a chuva que desabou na cidade de São Paulo, tudo alagado, ainda sobrou fôlego para que uns poucos gritassem pela "ordem e progresso " aquela nossa legenda suprema de Bandeira, para que um dia, enfim, se faça soberana a resplandecer seu efeito sobre o nosso chão.
Lá no dicionário, também é descrito um uso informal da palavra "república", que se destina a qualificar a moradia coletiva dos estudantes, ali descrita como lugar em que há muita desordem.
Então é isso, temos uma República "informal', algo que coincide com a nossa bagunça atual de governo desgovernado.
E só olhar para os nossos ministeriáveis que não conseguem sequer esquentar as cadeiras dos ministérios...
Preocupante e muito feio para todos nós, que vemos nos nossos representantes republicanos um flagrante descompasso da "dança republicana das cadeiras".
O mais triste é que nessa atual dança da "mão boba" a "passos bem largos" de lá de cima, somos nós é que dançamos a "passos curtos" cá embaixo.
E ainda temos que engolir as reportagens que nos ludibriam quando, maquiando as dificuldades e as nossas vergonhas EXPLÍCITAS, nos garantem que todos trabalham pela melhoria da qualidade de vida do povo republicano. Aonde? Aonde?
Bem que falam que o silencio é ouro. Melhor mesmo é não falarem mais nada.
Deixem que aos poucos todos perceberão que estamos nivelados bem para baixo! Nossa régua de nível, infelizmente, é bem rasa.
Nesse compasso da nosssa dança das cadeiras corremos, sim, o risco de um dia já não haver sequer "re- pública" para "republicamente" se governar...
Porque já não haverá como administrar o tudo perdido que um dia LEGITIMAMENTE pertenceu ao povo.
Será que me fiz entender?
Essa é a ré "pública" mais "RÉ privada" de que temos notícias NA HISTÓRIA.
Fui...dançar, a dança dos "sem- cadeira"!